O calendário letivo em todos os campi do IFPR (Instituto Federal do Paraná) será suspenso a partir desta quarta-feira (1), por tempo indeterminado. A suspensão foi uma decisão unânime do Consup (Conselho Superior do Instituto Federal do Paraná) que em reunião extraordinária acatou a pauta reivindicada pelos movimentos sindical e grevista. Os servidores TAE (Técnicos Administrativo em Educação) e docentes estão em greve há mais de um mês e segundo a atualização mais recente, 65% da categoria em todo o Estado aderiram à paralisação por reajuste salarial e nos benefícios.

A suspensão do calendário acadêmico implica a interrupção das rotinas pedagógicas da instituição, ou seja, aulas ou outras atividades relacionadas ao ensino, deixarão de ser realizadas em todos os campi. O IFPR esclareceu que conforme a Lei de Diretrizes e Bases, as instituições da educação básica e de graduação são obrigadas a ofertar um mínimo de 200 dias letivos aos estudantes. Com a suspensão, esse tempo para de ser contado para ser retomado assim que a greve chegar ao fim. O número de dias restantes referente ao calendário letivo deverá ser reposto integralmente. O IFPR tem 29 mil estudantes matriculados nos 20 campi, seis campi avançados e quatro centros de referência distribuídos pelo Paraná. Do total de alunos, 23 mil são em modalidade presencial.

Em nota divulgada no site do IFPR, a instituição esclarece que a decisão do Consup não atinge as atividades pedagógicas e de rotina administrativa consideradas essenciais, de acordo com o que foi estabelecido entre a gestão do IFPR, o Sindiedutec (Sindicato dos Trabalhadores da Educação Básica, Técnica e Tecnológica do Estado do Paraná), que representa a categoria, e o comando central de greve.

Na mesma nota, o reitor do IFPR, Adriano Willian da Silva Viana Pereira, informou que a reitoria será a interlocutora junto aos campi, ao MEC (Ministério da Educação) e ao governo federal para que a paralisação termine o quanto antes. Pereira também se colocou à disposição para continuar com as interlocuções com o Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica), o MEC e o governo federal no apoio à pauta de reivindicações e aos servidores em greve.

Diretora da carreira TAE e docente do Sindiedutec, Lisandra Nadal destacou a importância da suspensão do calendário letivo em razão de maio ser o mês de revisão e avaliação do primeiro trimestre de aplicação da LOA (Lei Orçamentária Anual), considerado um momento estratégico para a total paralisação das atividades do IFPR. “Queremos o IFPR forte no interior e ampliar a nossa oferta de cursos. Para isso, precisamos de bons profissionais e valorizar quem já trabalha no IFPR. É preciso dar continuidade ao projeto dos IFs”, disse Nadal, em notícia publicada no site do sindicato.

AVANÇOS

Na última quinta-feira (25), quando a paralisação completou um mês, o governo federal garantiu o reajuste dos benefícios dos servidores federais. Assim, o auxílio alimentação aumentou de R$ 658 para R$ 1 mil, a assistência pré-escolar subiu de R$ 321 para 484,90 e foi acordado ainda o reajuste por faixa salarial de saúde suplementar. Os reajustes devem entrar em vigor na folha de pagamento de maio.

A paralisação segue, com a reivindicação de reajuste salarial ainda em 2024 e também de novos reajustes em 2025 e 2026.