No dia 3 de abril de 2020, Londrina registrou o primeiro óbito decorrente da Covid-19. Um engenheiro eletricista, de 37 anos, morreu após permanecer oito dias internado no Hospital do Coração, quatro deles, na UTI. Segundo boletim médico, ele apresentava quadro de hipertensão, obesidade e pré-diabetes. Exatamente um ano depois, marcado neste sábado (3), Londrina ultrapassa as mil mortes e 46 mil casos confirmados.

Imagem ilustrativa da imagem Em um ano, Londrina soma mil óbitos por Covid-19
| Foto: Geraldo Bubniak/AEN

De acordo com o boletim atualizado neste sábado pela Secretaria Municipal de Saúde, a cidade registrou mais seis óbitos por Covid-19 nas últimas 24 horas, chegando ao índice de 1.001 vítimas desde o início da pandemia. O número de casos também aumento para 46.658 confirmações, com 303 novos testes positivos.

Os dados, por si só, revelam um triste cenário da doença no município, mas analisando-se mais a fundo os números divulgados dia a dia pela Secretaria de Saúde, o quadro que se desenha não é dos mais animadores e indicam que a Covid-19 está longe de arrefecer. No último final de semana, o secretário Felippe Machado apontou que embora tenha sido observada uma estabilização nos diagnósticos, essa estabilização teria ocorrido em níveis elevados. Enquanto isso, o número de mortes segue crescendo em ritmo acelerado.

Desde o início da pandemia, o pico de mortes havia sido janeiro de 2021, com 136 registros. Em fevereiro, houve uma pequena queda e o mês terminou com 125 óbitos. Mas em março ocorreu um avanço expressivo, chegando a 282 mortos pela doença, mais do que o dobro dos óbitos computados em janeiro e mais do que a soma de janeiro e fevereiro.

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Quando se faz o recorte de comorbidades, observa-se um grande aumento do número de mortes entre pacientes que não apresentavam doenças pré-existentes. Em janeiro, entre os mortos por complicações decorrentes da doença, 13 não tinham comorbidades. Em março, os falecimentos nesse grupo subiram mais de três vezes, totalizando 45 casos.

A faixa etária dos pacientes que não resistem às complicações da Covid-19 também está diminuindo. Em janeiro, dos 136 mortos, 11 tinham menos de 50 anos de idade. Em fevereiro, esse número caiu para sete e, no mês passado, foram 31 mortes entre pessoas abaixo dos 50 anos.

O levantamento foi feito por jornalistas da FOLHA com base nos números divulgados diariamente no Boletim Coronavírus Covid-19, da Secretaria Municipal de Saúde.


BOLETIM
A Secretaria Municipal de Saúde informou seis novos óbitos. São três homens e três mulheres, entre 35 e 94 anos, dois deles não tinham doenças pré-existentes.

Atualmente, a cidade possui 694 casos ativos da doença, com 448 em isolamento domiciliar e 246 hospitalizados, sendo 111 em UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) e 135 em enfermaria.

Os leitos exclusivos para tratamento da Covid-19 estão com alta taxa de ocupação. As vagas na UTI adulto desta categoria estão 98% ocupadas e não há vagas nas enfermarias, que estão 100% preenchidas.

A taxa de ocupação na UTI Covid-19 pediátrica está com 21% de ocupação. Nos leitos não exclusivos, a taxa de ocupação é de 54% na enfermaria, 88% UTI adulto e 65% na UTI pediátrica. (Com Lais Taine)

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