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Um ano de pandemia[/box] [audima]

EM DADOS

(Março/2020 a Março 2021)

Em março de 2020, os primeiros casos diagnosticados de Covid-19 em Londrina e no Paraná não davam a exata dimensão da gravidade da doença que se instalava ao redor do mundo. A pandemia mobilizou cientistas e pesquisadores em busca de uma vacina ou de um milagre para a retomada da então 'normalidade'. Porém, com as mutações do SARS-CoV-2, hábitos comuns do dia a dia nunca mais serão os mesmos.

Após um ano da pandemia, o Grupo FOLHA reuniu dados estatísticos, indicadores e informações para traçar um breve panorama dos impactos da Covid-19 em Londrina. Sabemos que as consequências vão muito além do que os números podem mensurar. No entanto, o objetivo é promover uma reflexão sobre o início da pandemia que parece ainda estar longe do fim.

(foto de capa: Isaac Fontana/Framephoto/Folhapress)

ÍNDICES EPIDEMIOLÓGICOS

Mais de 700 pessoas morreram em decorrência da Covid-19 em Londrina. Para se ter ideia da gravidade da pandemia, comparamos o número de mortos com a capacidade de público no Teatro Ouro Verde. Quem já presenciou o espaço lotado durante apresentações do Filo (Festival Internacional de Londrina) ou do FIML (Festival Internacional de Música de Londrina) pode imaginar os aplausos em dia de 'casa cheia' dando lugar ao silêncio. O teatro possui 736 poltronas. Até o último domingo (7), 733 pessoas faleceram em Londrina após serem infectadas pelo coronavírus.

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“É uma doença terrível, não te dá nenhuma chance”, Patrícia Perez Bueno PROFESSORA que perdeu o pai, tia e primo para a Covid-19.

HOSPITAL UNIVERSÁRIO

Referência no Paraná

O HU (Hospital Universitário) de Londrina é referência para 96 municípios do Norte do Estado no atendimento a casos suspeitos e confirmados de Covid-19. A região abrange, aproximadamente, 3,5 milhões de pessoas. Em fevereiro, o hospital, que é o segundo maior do Paraná, ultrapassou a capacidade máxima de ocupação dos leitos de UTI e de enfermaria, além do pronto-socorro. Durante o mês, 674 pacientes foram internados com suspeita e confirmação de Covid-19, sendo 292 com idade entre 19 e 59 anos. As internações duram em média de 5 a 15 dias. O Hospital Evangélico, a Santa Casa e o Hospital do Coração também atuam no atendimento aos casos suspeitos e confirmados de Covid-19.

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“A ficha ainda não caiu. Uma dor tão intensa quanto perder um irmão”, contou Odair Buono, amigo da família em que pai e filho morreram em poucas horas de diferença.

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“Só quem perdeu alguém da família sabe o sofrimento. Não desejo para ninguém”,enfermeira Mayara Souza Silva, irmã do jovem de 20 anos que morreu em decorrência da Covid-19.

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PANORAMA DO CONTÁGIO

(Março/2020 a Março 2021)

DADOS ACUMULADOS

Arquibancadas lotadas para mais uma partida no Estádio do Café. Na conquista da Taça de Prata, em 1980, o LEC (Londrina Esporte Clube) goleou o CSA (Centro Esportivo Alagoano) por 4 a 0. Mais de 36 mil pessoas acompanharam a partida. No contexto atual da pandemia, é como se todos os torcedores presentes naquele dia tivessem sido infectados pelo novo coronavírus. Hoje, após adequações de segurança, o estádio tem capacidade para receber 33 mil pessoas, o que equivaleria a um estádio lotado de infectados e mais dois terços das cadeiras cativas.

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“A PALAVRA QUE DEFINE É ESPERANÇA”,

ENFERMEIRA FÁTIMA RUIZ, PRIMEIRA PESSOA A SER VACINADA CONTRA A COVID-19 EM LONDRINA, NO DIA 19 DE JANEIRO DE 2021.

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DADOS ACUMULADOS PARANÁ

Mais de 12 mil pessoas faleceram em decorrência da Covid-19 no Paraná, número que também representa a população estimada para cidades como Jataizinho, Joaquim Távora, Santa Mariana, Alvorada do Sul e Primeiro de Maio. É como se um desses municípios desaparecesse no intervalo de um ano. A imunização desafiada pela nova variante do coronavírus avança, porém o Paraná atravessa o pior cenário da pandemia até então com a falta de leitos de UTI em todas as regiões do Estado. O perfil dos infectados com sintomas graves também tem se alterado aos poucos. Jovens passaram a ocupar os leitos de UTI com mais frequência.

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PANORAMA SOCIAL

(Março/2020 a Março 2021)

As consequências da pandemia não se limitam a questões de saúde. Os impactos vão além e perpassam pela economia, educação, segurança, transporte, cultura, esporte, entre outros setores. Confira alguns números:

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| Foto: Eric Grutzmacher

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ECONOMIA

Certamente, a principal discussão da pandemia é proteção à vida. Mas quando as estratégias de segurança de manutenção da saúde física afetam a saúde financeira do mundo todo, o debate é desgastante. Fechar ou não o comércio e as indústrias? Como ficam os empregos? Na tentativa de buscar soluções, foram implantadas jornadas reduzidas e suspensão dos contratos de trabalho, Auxílio Emergencial, Benefício Emergencial, e formas de garantir a sobrevivência de um País extremamente desigual. Alguns segmentos sofreram mais que outros, turismo e eventos sentem o colapso de um ano de pouco trabalho – ou quase nenhum. Negócios fecharam as portas, não só o desemprego aumentou, mas também a informalidade, inflando o número de empresas abertas em plena pandemia.

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EDUCAÇÃO

As escolas foram as primeiras a serem fechadas com a notícia da pandemia. Profissionais de educação, alunos e toda a família tiveram que se adaptar ao ensino remoto, denunciando um problema nada novo: a desigualdade na educação. Enquanto algumas crianças podiam se dispor de um ambiente preparado para os estudos em casa, contando, inclusive, com o acompanhamento dos pais, outros não tinham acesso à internet nem dispositivos eletrônicos essenciais para o modelo. Não fosse só isso, com as crianças em casa, pais e mães tiveram que sair dos empregos para acompanhar os filhos ou contar com a ajuda de familiares e amigos, o que não era recomendado pelas autoridades de saúde.

O modelo de ensino também tirou muitos alunos das escolas particulares e a escola pública teve que absorver um maior número de estudantes. A rede privada sentiu. Escolas foram fechadas e o desemprego na educação subiu 40% em Londrina. Ao longo de um ano da pandemia, a discussão girou em torno do retorno do sistema híbrido de ensino, em que os alunos se dividem em turmas para revezar entre o modelo presencial e remoto. Tema de grande discussão e ataques entre defensores e críticos.

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TRANSPORTES

Com a redução da circulação de pessoas e impossibilidade de realização de eventos de grande porte, áreas como o Terminal Rodoviário de Londrina e Aeroporto Internacional Governador José Richa tiveram redução brusca em números de embarque e desembarque. Além de turismo de lazer e negócios, as atividades empresariais movimentavam os espaços de chegadas e partidas da cidade, que tiveram que se adaptar ao novo momento.

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CULTURA

Os impactos da pandemia na cultura em Londrina

Primeiro setor a ser atingido pela pandemia de Covid-19, a cultura foi uma das áreas mais afetadas em todo o mundo por causa da doença que provocou o cancelamento de espetáculos de teatro, música, danças e várias outras manifestações artísticas que reuniam plateias presenciais. Em Londrina, milhares de profissionais do setor cultural ficaram impedidos de trabalhar para evitar aglomerações. A efervescência cultural da cidade ficou restrita a apresentações virtuais promovidas por eventos que optaram por migrar para as plataformas digitais.

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ESPORTES

A pandemia da Covid-19 atingiu em cheio o mundo do esporte. Nenhum evento passou isento pelo novo coronavírus, desde uma simples pelada no campinho do bairro até os grandes eventos, como Liga dos Campeões e Olimpíadas. Absolutamente todos sofreram, independentemente da modalidade. A restrição de mobilidade e o isolamento social obrigou os atletas a se recolherem. Mesmo um simples treino ficou prejudicado e quase impossível de acontecer. A bola parou de correr, os carros foram para as garagens, a piscina ficou vazia e as pistas desertas. O público e os torcedores foram obrigados a esquecer os caminhos das arenas e dos estádios. Um ano depois do início da pandemia, a presença de público nas arquibancadas dos grandes eventos continua proibida. Em todos os cantos do mundo, o futebol parou totalmente entre março e junho. No Paraná, o principal campeonato de futebol do Estado, foi suspenso em março e voltou a ser disputado apenas em 19 de julho. Os clubes brasileiros ficaram quatro meses praticamente sem nenhuma atividade. A pandemia atingiu os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, que foram transferidos para 2021, mudou o calendário da Fórmula 1 e dos principais torneios europeus. Longe de uma imunização eficiente e eficaz da população mundial, o esporte tenta se adaptar aos novos tempos e ao novo "normal", mas sabe que o seu esplendor completo só voltará quando o público estiver presente novamente.

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SEGURANÇA PÚBLICA

Governos e municípios aplicaram decretos com o intuito de reduzir a circulação de pessoas e, consequentemente, os números de infecção pelo coronavírus. Após um ano de pandemia, todos já sabem: usar máscara, lavar as mãos, usar álcool em gel e evitar aglomeração de pessoas. Mesmo assim, a Guarda Municipal recebia denúncias de festas clandestinas e bares e restaurantes com capacidade acima do permitido. Foi um ano de operações das forças de segurança para fazer com que as pessoas seguissem as normas a fim de evitar as lotações nos hospitais.

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| Foto: Patricia Naomi Sagae

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UM ANO DE PANDEMIA EM DADOS
13 de março de 2021
ILUSTRAÇÕES E GRÁFICOS
Patrícia Sagae e Eric Grutzmacher Koch
PESQUISA, MINERAÇÃO DE DADOS E TEXTOS
Laís Taine, Viviani Costa, Lucio Flávio Cruz, Pedro Marconi, Marcos Roman, Patricia Maria Alves e Lara Bridi
FOTOGRAFIA
Sergio Ranalli, Gustavo Carneiro, Roberto Custódio e Isaac Fontana (Framephoto/Folhapress).
COORDENAÇÃO E EDIÇÃO
Patrícia Maria Alves
REVISÃO
Lucília Okamura
DIAGRAMAÇÃO/IMPRESSO
Gustavo Andrade, Luciano Silva, Anderson Mazzeo, Gilberto Soares
DESIGN/WEB E INFOGRAFIA DIGITAL
Patrícia Maria Alves e Lara Bridi (estagiária)
SUPERVISÃO DE PROJETO
Adriana De Cunto (Chefe de Redação)
AGRADECIMENTOS
A todos da equipe de jornalistas da Folha de Londrina pela cobertura sem descanso da pandemia cujos trabalhos e textos nortearam essa pesquisa.

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