O prefeito Marcelo Belinati tem deixando explícito em suas entrevistas, inclusive na de sábado (11), que as decisões relacionadas ao novo coronavírus em Londrina, como suspender ou liberar as atividades comerciais, são baseadas nas deliberações do Coesp (Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública). O grupo foi criado por meio de decreto municipal publicado em 17 de março.

O centro tem a função de sugerir medidas ao poder público. Ele conta com dois representantes de cada instituição hospitalar de Londrina, sendo um da gestão hospitalar e um indicado pelo corpo médico, preferencialmente infectologista ou pneumologista, além de profissionais das secretarias estadual e municipal de Saúde. Membros do MP (Ministério Público) e sociedade civil organizada participam das reuniões, no entanto, não possuem direito a voto nas decisões apontadas.

“Todas as nossas decisões serão baseadas na saúde e no sentido de prevenir vidas. Vamos nos basear na ciência e em decisões técnicas de médicos especialistas. Meu respeito ao setor empresarial, sei das dificuldades, mas precisamos ter critérios e responsabilidade com a vida das pessoas”, defendeu Belinati.

ANÁLISES

Nos últimos dias, entidades do setor produtivo criticaram decisõesdo grupo. Membro do Coesp, o infectologista Alcino Cerci reforçou o discurso do chefe do executivo e explicou que as análises são feitas a partir de dados concretos. “O que nos guia é a ciência e não deixamos o grupo ser guiado por politização para as orientações. Fazemos discussões e apresentamos dados científicos nacionais, internacionais, dados que obtemos na cidade, do Estado e disso fazemos recomendações”, elencou.

Também professor da UEL (Universidade Estadual de Londrina), o especialista afirmou que as deliberações são baseadas em alguns fatores: número de casos, leitos hospitalares, testes e equipamentos de segurança individual para os profissionais de saúde. “Baseado nisso conseguimos avaliar que achatamos a curva porque medidas foram tomadas de maneira precoce.”

CONTENÇÃO

No sábado (11), a prefeitura informou que autorizou a retomada das atividades econômicas da cidade de maneira gradativa. As indústrias e construção civil serão liberadas a voltar no dia 15, quarta-feira, e o comércio e prestação de serviços em 20 de abril, uma segunda-feira.

“Se hoje temos poucos casos não é porque a doença não existe, o ar de Londrina é diferente ou a temperatura favorece, mas porque as medidas foram tomadas de maneira adequada. Isso conteve os números, os casos e o tempo que precisamos para consolidar a estrutura hospitalar que temos, expandir e garantir equipamentos para todos aqueles que vão enfrentar a infecção”, apontou Alcino Cerci.