Imagem ilustrativa da imagem Você já leu os livros da lista do vestibular da UEL?
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Em um sentido figurado, a palavra “plural” pode significar “múltiplos”, “variados”. Pois é assim que se encaixa a atual lista de leituras obrigatórias do Vestibular UEL 2022, já que possui uma diversidade de gêneros, escolas literárias e perfis de autores.

Vale lembrar que grande parte da lista é atualizada a cada dois vestibulares. A atual já foi base da edição 2021. Dos processos seletivos anteriores (edições de 2019 e de 2020), três obras permaneceram: Clara dos Anjos, de Lima Barreto; Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco; e “Poemas escolhidos”, de Gregório de Matos.

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Inclusive esta última é, por ordem cronológica, a primeira obra. Publicada na década de 1970, reúne – como o título indica - os poemas líricos e satíricos feitos no século 17 pelo escritor baiano, no período do Barroco (1601-1768), conhecido por ser um movimento que estava procurando um novo olhar sobre Deus e o homem.

Já na chamada Era Nacional, marcado pela autonomia da literatura brasileira, foi publicado em 1862, “Amor de Perdição”. Dentro do Romantismo (1836-1881), a obra do português Camilo Castelo Branco tem como gênero literário a novela, no meio termo entre o romance (obras mais longas) e o conto (obras mais curtas).

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Durante 1881 e 1992, estiveram em cena o Realismo e o Naturalismo, onde problemas sociais puderam ser amplamente explorados. Em 1881, Aluísio de Azevedo já havia dado uma ideia de como seria aplicado o naturalismo na literatura, com a publicação de O Mulato. Três anos depois, seria a vez de Casa de Pensão. Considerado um romance, que possui uma narrativa mais longa, a obra abusa da experiência que os personagens tinham com o ambiente em que viviam, além de trabalhador em cima dos instintos, sentimentos e da sexualidade dos mesmos.

Mesmo publicada quase 30 anos depois de sua criação, a obra Clara dos Anjos, de Lima Barreto, foi concluída no último ano do chamado Pré-Modernismo, que durou de 1902 a 1922, mesmo ano da morte do autor fluminense. Também é considerada um romance, focada em apresentar os problemas sociais do Brasil no século XX.

O modernismo chega em 1922, onde teve como ponto de partida a Semana de Arte Moderna. Um dos seus fundadores, Mário de Andrade, teve o póstumo “Contos novos” publicado em 1947, dois anos após sua morte. As nove narrativas que traz a obra são mais curtas, com personagens e espaço limitados, e detalham o contexto brasileiro entre as décadas de 1920 e 1940, com foco na urbanização e industrialização.

Segundo o professor de literatura do Colégio Marista de Londrina, Celso Pagnan, “tudo o que vem após o Modernismo pode ser considerado contemporâneo”. Levando em consideração este fato, cinco obras se inserem neste período, com gêneros diferentes. A primeira delas é a peça teatral “Eles não usam black-tie”, de Gianfrancesco Guarnieri, em 1958. A peça teatral tem como característica a encenação dos diálogos, e não apenas a sua leitura.

Dois anos depois, em 1960, em formato de diário, Carolina Maria de Jesus lançou “Quarto de despejo”, onde narra sua trajetória de vida por meio de textos pessoais e informais, expressando seus sentimentos do dia a dia. Já a crônica, texto curto escrito em forma de prosa, aparece no Vestibular UEL 2022 por meio da obra “Histórias que os jornais não contam”, publicada em 2009 pelo gaúcho Moacir Sclyar, falecido em 2011.

E por último, duas obras de escritores que estão na ativa. Em 2004, o angolano José Eduardo Agualusa publicou sua obra “O vendedor de passados”, que se enquadra como um romance, E em 2016, a curitibana Luci Collin publicou “A palavra algo”, que reúne textos em versos e estrofes, característicos deste gênero literário.