Startups participam de ciclo de pré-aceleração para novos negócios no agro
A aceleradora Go SRP by Rumo está atuando com 26 empresas de diferentes ramos, visando a constituição de um fundo de investimentos
PUBLICAÇÃO
sábado, 12 de agosto de 2023
A aceleradora Go SRP by Rumo está atuando com 26 empresas de diferentes ramos, visando a constituição de um fundo de investimentos
Douglas Kuspiosz - Especial para a FOLHA
A SRP (Sociedade Rural do Paraná) e a Rumo.vc (Rumo Venture Capital) deram início na última quarta-feira (9) ao ciclo de pré-aceleração de 26 startups que atuam em diferentes áreas. Durante o lançamento, foram realizadas palestras e painéis com importantes nomes do empreendedorismo brasileiro.
A programação prevê, nos próximos dois meses, encontros de capacitação - presenciais e online - e um acompanhamento individual dos gestores do programa, além de mentorias com especialistas. São parceiros do ciclo o Estação 43, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a Agro Valley, a Abstartups (Associação Brasileira de Startups) e o hub Cocriagro.
O diretor vice-presidente da SRP, David Dequech Neto, explica que o objetivo é dar mais eficiência à aceleradora da entidade, que já existia e contribuiu com a formação de outras empresas no passado. “Nós temos sentido cada vez mais a importância de criar uma estrutura de mentoria, de fomento, para ter uma aceleradora. E buscamos um parceiro com competência para tocar, que é a Rumo”, explica.
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Mortandade precoce
Segundo Dequech Neto, um impacto previsto é a diminuição de “mortandade precoce” das empresas, além de figurar como uma oportunidade de investimento. “Pessoas daqui podem investir em um fundo que tem um propósito e atende, antes de mais nada, o interesse regional e nossa vocação para o agronegócio”.
O CEO da Rumo.vc, Fernando Henrique Berwanger, destaca que a venture capital é focada em investir em startups em estágio inicial, operando localmente.
“Nós não acreditamos que vamos captar investidores locais e investir em outros pontos do país. Queremos investir localmente, incentivar as startups e também trazer startups para a cidade”, citando que a SRP é o principal parceiro em Londrina. “Eles abriram um espaço para a gente operar um programa de pré-aceleração e aceleração aqui, e isso vai nos ajudar a potencializar as novas empresas.”
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Investindo localmente
Uma das empresas selecionadas para o programa é a Botnicks, de São Paulo (SP), uma HRTech, cujos serviços são voltados ao setor de RH (Recursos Humanos). O fundador da startup, Daniel Faria Teixeira de Oliveira, 37, explica que o processo de aceleração é importante para validar mercados, entender novas conexões e identificar os públicos que podem se beneficiar com os serviços.
“Nós descobrimos que o agro tem esse problema, essa dor de como se comunicar com times operacionais. E aí falamos que temos um mecanismo que consegue chegar à mão-de-obra operacional”, dizendo que a empresa facilita a comunicação entre colaborador e empresa. “Fazemos isso através de assistentes virtuais em plataformas como WhatsApp, Teams e Slack, em que o colaborador, ao invés de usar vários sistemas, usa apenas um avatar em que ele conversa, bate-papo e consegue trazer todas as informações que precisa.”
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Outro selecionado é o engenheiro agrônomo Luiz Antônio Odenath Penha, 47, que pretende lançar uma agritech em Londrina. Ele explica que o evento de quarta-feira foi importante para buscar experiências e orientações sobre a condução da empresa e a estruturação de mercado - pontos importantes para quem está em estágio inicial.
“O que nós temos é uma proposta, uma ideia fruto da experiência que acumulamos. E estamos aqui para conhecer um pouco mais, aprofundar e, eventualmente, transformar essa ideia em uma coisa mais completa”, afirma Penha.
“Londrina é um polo de inovação, então todos esses eventos e as pessoas que vêm ajudar muito trazendo experiências e motivação, ampliando os horizontes para que novas tecnologias e empreendimentos possam estar acontecendo”, completa.
PROCESSO
O intuito da Go SRP by Rumo é que startups passem tanto pelo processo de pré-aceleração quanto de aceleração. A primeira etapa visa empresas ainda em estágio inicial de ideação e validação. O programa de dois meses busca a conquista do primeiro cliente e a compreensão do que precisa ser feito para entrar no mercado.
Já a aceleração ocorre com empreendimentos mais maduros, que já conquistaram clientes e que precisam de ajustes para crescer.
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“Nesse primeiro programa, são 26 startups aprovadas em seis estados do Brasil. Estamos interagindo com ecossistemas de todo o país, e mostrando que tem muito interesse de fora em olhar e vir para Londrina”, diz Berwanger, que afirma que é estratégico para uma empresa do agro vir para o município.
O diretor de Ciência e Tecnologia do Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), Roberto Moreira, destaca que a parceria entre a Rumo.vc e a SRP mostra a maturidade do ecossistema da cidade.
“Londrina, na parte do agronegócio, eu digo que é o [ecossistema] que tem mais maturidade. Tem o maior número de negócios acontecendo, e um fundo trazendo a operação para cá é resultado disso”, acrescenta.
Cristhian Maehler, 29, e Douglas Lima Valente, 28, da startup Rede Edu, vieram de Santa Maria (RS) para participar do evento de quarta-feira. Maehler, que é CEO da empresa, acredita que essa é uma boa oportunidade de negócios.
“Londrina está tendo esse movimento importante e está trazendo o interesse de investidores em olhar para esse investimento em startups, que é de grande valia”, avalia o CEO. “Apesar de sermos uma edtech, da área da educação, temos alguns canais que podem ser similares ao agronegócio.”