Paraná tem 97 municípios com produção de milho pipoca
Volume do grão alcançou 868 toneladas em território paranaense no ano passado; Brasil é o segundo maior produtor
PUBLICAÇÃO
sábado, 05 de agosto de 2023
Volume do grão alcançou 868 toneladas em território paranaense no ano passado; Brasil é o segundo maior produtor
Lucas Catanho - Especial para a FOLHA
A produção de milho pipoca ocorreu em 97 municípios paranaenses no ano passado, aponta levantamento recente do Deral (Departamento de Economia Rural), órgão ligado à Seab (Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento).
Esses municípios produziram 868 toneladas de milho pipoca em uma área de 279 hectares, somando um VBP (Valor Bruto da Produção), a riqueza produzida pela atividade, de R$ 3,5 milhões.
Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, é o principal produtor de milho pipoca no Paraná. No ano passado, a produção de 130 toneladas representou 15% do volume cultivado em todo o Estado. Na sequência aparecem Mandaguari, no norte central (49 toneladas), e Capanema, no sudoeste, com 38 toneladas.
Paraná é o segundo estado que mais exporta milho
O Brasil é o segundo maior produtor de milho de pipoca do mundo, com uma produção de cerca de 300 mil toneladas por ano. Boa parte desse volume, cerca de 220 mil toneladas, fica no próprio país, para consumo interno. O maior produtor mundial são os Estados Unidos, com pouco mais de 375 mil toneladas.
Por outro lado, a produção de milho comum em território paranaense atingiu 16,2 milhões de toneladas em 2022, com um VBP de quase R$ 13 bilhões.
Diferença entre os tipos de milho
Edmar Gervásio, analista do Deral, explica que há uma diferença essencial entre o milho pipoca e o milho comum.
“O milho pipoca contém um volume maior de água na sua composição e uma casca mais dura. Quando exposto a altas temperaturas, ele ‘estoura’. A água encapsulada presente no interior vira vapor e, com uma grande pressão, a casca se rompe”, explica.
No primeiro contato com o ar, o amido fica em estado sólido, virando a “espuma branca” que comemos.
“Apesar de serem produtos quase idênticos, a finalidade de ambos é bastante distinta. O milho pipoca tem foco principalmente na alimentação humana direta, já o segundo é utilizado numa infinidade de aplicações, como ração, etanol, amido, entre outros”, analisa. Essa diferença de aplicação explicaria a diferença gritante entre os volumes de produção e VBP de ambos.
SENSÍVEL
Mais sensível que o milho comum, a safra do milho de pipoca exige todo um acompanhamento e suporte do plantio à colheita, bem como o controle de qualidade do grão por meio de equipamentos de controle de qualidade. Um trincado no milho pode ser o suficiente para que o grão não estoure.
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Além da preocupação para que o milho não trinque, as indústrias também levam em consideração a cor e aparência do grão. Desta maneira, a produção deve seguir os melhores padrões de qualidade para assegurar uma pipoca de altíssima expansão.
O milho pipoca demanda uma série de cuidados no cultivo, com o objetivo atingir um ICE (Índice de Capacidade de Expansão) ideal, o que significa a capacidade de o milho pipoca estourar.
Especialistas apontam que atingir bons índices demanda uma série de cuidados com o grão – ele tem de estar na umidade certa, não pode ter trincas na casca nem ser acometido por doenças, por exemplo.
Um dos aspectos positivos do milho pipoca é que, se armazenado em condições ideais, pode ficar guardado até por anos mantendo as mesmas características, caso o grão esteja em boa qualidade.
UMIDADE
O produtor deve acompanhar diariamente a umidade dos grãos para determinar o ponto de colheita, que é feita quando os grãos estiverem com umidade inferior a 15%. Após a colheita, é feita a secagem. A umidade que proporciona o máximo de qualidade da pipoca fica entre 12,5% e 13,5%.
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O engenheiro agrônomo Roney Smolareck, da Loc Solution, empresa paranaense detentora da marca Motomco de Medidores de Umidade de Grãos, destaca que cada variedade tem uma umidade adequada para proporcionar uma boa qualidade de pipoca.
Segundo ele, para a comercialização é fundamental que o produto tenha uma boa aparência e alta capacidade de expansão. “A uniformidade no tamanho dos grãos é um aspecto que também contribui para aumentar a capacidade de expansão”, afirma.
Para alcançar todo potencial da safra, é preciso adotar as melhores práticas de lavoura, usando maquinários eficientes, como plantadeira, e soluções tecnológicas que facilitem o processo, como os medidores de umidade de grãos, que podem indicar o momento exato da colheita.
“O produtor rural que souber usar a tecnologia a seu favor para otimizar a qualidade do grão pode ter bons resultados. Isso porque essas tecnologias ajudam na produção, na colheita, no armazenamento e na estocagem do produto, o que eleva a qualidade do grão. Essa cultura é uma boa opção econômica para pequenos produtores”, conclui o engenheiro agrônomo.
O Brasil é o segundo maior produtor de milho de pipoca do mundo, com uma produção de cerca de 300 mil toneladas por ano. Boa parte desse volume, cerca de 220 mil toneladas, fica no próprio país, para consumo interno. O maior produtor mundial são os Estados Unidos, com pouco mais de 375 mil toneladas. (Com assessoria de imprensa)