Um queijo tipo gouda produzido em Arapoti (Norte Pioneiro do Paraná), pela família Verburg, ganhou reconhecimento nacional ao vencer a categoria “O campeão dos campeões”, durante o Prêmio CNA Brasil Artesanal, concurso promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. O resultado oficial foi divulgado em julho.

Essa categoria extra avaliou os queijos que ficaram na primeira e na segunda colocações nas três categorias do prêmio – queijo artesanal tradicional de 30 a 180 dias de maturação; queijo artesanal com tratamento térmico; e queijo artesanal com adições / aromatizados / condimentados. O queijo da família Verburg venceu a primeira e a terceira categorias.

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Para indicar o queijo “campeão dos campeões”, os jurados fizeram a degustação de seis diferentes queijos produzidos em todo o País sem ter acesso a informações do produto e também sem conhecimento de quem produziu. O voto foi realizado secretamente.

Sander Verburg se aperfeiçoou na Holanda antes de trabalhar na empresa da família
Sander Verburg se aperfeiçoou na Holanda antes de trabalhar na empresa da família | Foto: Divulgação/CNA

O produtor Sander Verburg viajou a Brasília para a premiação acompanhado da mãe, Gezina Willemina, que o ensinou a fabricar queijos. Como premiação, ambos ganharam uma desnatadeira, R$ 6 mil em cada categoria, além de um curso do Sebrae Empretec.

GERAÇÕES

A família Verburg produz o queijo gouda, já na terceira geração. A avó, Cornelia, começou a produzir esse queijo na Holanda e veio para o Brasil na década de 1960. A queijaria da família leva o nome da avó, para homenagear a pioneira da família – Cornelia morreu em 2014, aos 92 anos.

Neto de Cornelia, Sander Verburg trabalhava na Holanda como engenheiro. Mas a mãe dele expandiu a queijaria e, então, ele veio há um ano ajudar na empreitada. “Antes de vir para o Brasil, fizemos um rápido estágio numa queijaria na Holanda. Procuramos sempre aprimorar os trabalhos”, destaca.

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Sobre o queijo premiado, Sander destaca que a garantia da qualidade é resultado de diversas práticas no cotidiano. “É preciso ter muito cuidado com higiene, com a saúde das vacas e haver precisão no preparo, controle de temperatura. Durante a maturação, o ambiente deve ter a temperatura a umidade controladas. Atenção diária com todos os queijos também é essencial”, lista.

Hoje a família Verburg produz cinco sabores de queijos gouda ao mês, totalizando 700 quilos. Os tipos são natural; com feno grego; com especiarias italianas; com cominho e com urtiga.

SABOR ESPECIAL

Adicionar urtiga ao queijo parece estranho, mas garante um sabor especial, garante o produtor. “Apesar de ser conhecida por causar formigamento, isso não acontece quando adicionada ao queijo, proporcionando a ele um aroma fresco e um excelente sabor.”

Jurados avaliam queijos inscritos de todo o País durante Prêmio CNA Brasil Artesanal
Jurados avaliam queijos inscritos de todo o País durante Prêmio CNA Brasil Artesanal | Foto: Divulgação/CNA

Os queijos da família Verburg são comercializados principalmente em Curitiba e na região dos Campos Gerais. Mas os produtos são enviados pelos Correios para todo o Brasil.

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A produção familiar tem papéis definidos. A irmã de Sander cuida das vacas e da produção de leite, Sander se encarrega da produção de queijo. A esposa cuida da maturação e a mãe, faz as vendas e o marketing. Há ainda uma funcionária recém-contratada para ajudar na higienização e na manutenção da queijaria. Mais informações: queijariacornelia.com.

PR lança premiação de queijos artesanais

Segundo maior produtor brasileiro de leite, o Paraná terá a maior premiação de derivados lácteos do Brasil: o Prêmio Queijos do Paraná. Lançado na quarta-feira (31/08), no Mercado Municipal de Curitiba, em um evento de degustação a autoridades e convidados, o concurso tem o objetivo de divulgar a qualidade e valorizar os derivados produzidos no Estado.

O Prêmio Queijos do Paraná foi lançado no dia 31 de agosto, em Curitiba, e  será a maior premiação de derivados lácteos do Brasil
O Prêmio Queijos do Paraná foi lançado no dia 31 de agosto, em Curitiba, e será a maior premiação de derivados lácteos do Brasil | Foto: Sistema Faep-Senar/Departamento de Comunicação

Idealizado e promovido pelo Sistema Faep/Senar-PR, Sebrae/PR, IDR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná) e Sindileite-PR, o prêmio é voltado tanto a queijeiros artesanais quanto à indústria. Outras 28 entidades apoiam a iniciativa.

Além de avaliar e condecorar os queijos, o prêmio também contempla uma série de ações voltadas ao desenvolvimento do setor, como a qualificação de produtores de leite, de produtores artesanais de queijo e de indústrias lácteas.

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A iniciativa também vai contar com eventos promocionais, oficinas e minicursos direcionados ao público consumidor e a empórios e lojas especializadas em queijos. Também está prevista uma campanha sobre a qualidade do leite produzido no Paraná.

O prêmio faz jus à importância do setor leiteiro estadual: há produção de leite em todos os 399 municípios do Paraná. O Estado é o segundo maior produtor de leite do país, com 12 milhões de litros/dia, dos quais 5 milhões de litros são destinados à fabricação de queijos.

É um derivado que, além de ter valor nutricional, permite agregar valor à matéria-prima, fortalecendo o setor e gerando empregos e renda.

“O Paraná é destaque nacional na produção de leite, não só em quantidade, mas também na qualidade. Nossos produtores também fabricam queijos de excelência, alguns premiados internacionalmente. Esse prêmio vem reconhecer a importância desse setor, em diversos aspectos”, disse o presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Meneguette.

O diretor-presidente do IDR-Paraná, Natalino Avance de Souza, destaca que o prêmio permitirá mostrar a qualidade e a tradição dos produtos do Estado à sociedade.

“Por meio da programação, será possível apresentar como os trabalhos realizados com os produtores promovem inovação, tecnologia, sustentabilidade e ganho na densidade de renda. O IDR está comprometido com o prêmio porque vê uma oportunidade de apresentar novas formas de agregação de renda e qualidade de vida ao agricultor familiar”, apontou.

O presidente executivo do Sindileite-PR, Wilson Thiesen, reforça que o queijo e a produção de leite do Paraná têm uma história que precisa ser contada. “A nossa entidade, por exemplo, tem uma história de 90 anos. Somos 242 indústrias de leite no Paraná.”

“Produtos de qualidade, segurança alimentar, inovação, valorização da atividade e do queijo paranaense. O prêmio reconhece todo um ecossistema que também trabalha ações para melhorar a produção de queijo, com a participação efetiva dos empreendedores rurais e instituições parceiras”, acrescenta Vitor Roberto Tioqueta, diretor-superintendente do Sebrae/PR.

INSCRIÇÕES

O regulamento completo do prêmio está disponível no site www.sistemafaep.org.br/premio-queijos-do-parana. As inscrições podem ser feitas até 1º de março de 2023, no mesmo site. A avaliação e premiação estão marcadas para 1º de junho de 2023. (Com assessoria de imprensa da Faep)