Música Amigos, da londrinense Terra Celta, será lançada no próximo álbum da banda
Música Amigos, da londrinense Terra Celta, será lançada no próximo álbum da banda | Foto: Divulgação

Milton Nascimento quando compôs Unencounter, traduzida depois por Fernando Brant para Canção da América, homenageava seu amigo sul-africano Ricky Fataar. A versão em português se tornou um hino que canta a saudade de um amigo distante, emocionando gerações com “qualquer dia, amigo, eu volto para te encontrar”.

Do samba ao sertanejo, compositores demonstraram como o apoio de uma pessoa íntima é importante nas mais diferentes circunstâncias e estilos. “Você, meu amigo de fé, meu irmão camarada”, entoa Roberto Carlos em uma canção cheia de elogios ao amigo que lhe apoiou. “Valeu por você existir, amigo”, agradece o grupo Fundo de Quintal em alegria por poder ter com quem contar. Independentemente de ritmo e voz, o tema abrange, abraça e inspira.

Edgar Nakandakari, 37, integrante da banda londrinense Terra Celta, compôs a música Amigos, em que a letra diz: “muito mais triste é aquele que não tem em quem confiar”. “As pessoas são mais felizes quando têm amigos. Amizade para mim é como se fosse um outro tipo de amor. É você querer o bem daquela pessoa, estar sempre perto”, defende.

A música animada será lançada até o final do ano no novo álbum da banda, mas ela ficou em processo de criação por mais de oito anos. “Naquela época eu fiz dentro desse contexto de amizade de bar. A ideia é dizer que você tem que ter uma pessoa, que na alegria e na tristeza vai estar ali, vai cuidar, que até se você estiver passando mal, em um bar mesmo, ela encara todas”, afirma.

A música Muy Amigos ficou engavetada e retornou para o projeto da banda há três anos com reformulações e novo título: Amigos. “Hoje, no show, é uma das músicas mais animadas. A ideia é brincar com o público, pois a gente incluiu um axé no meio e instrumentais escoceses para o pessoal se divertir mesmo”, afirma.

A inspiração para a comemoração da lealdade em um bar veio de uma amizade que Nakandakari mantém até hoje. “A gente tinha o costume de fazer churrasco toda semana, de correr no lago, essa amizade cresceu muito, estávamos sempre conversando e foi um estímulo para fazer a homenagem”, explica.

FORA DA BOLHA

Mostrando que nem sempre os amigos precisam gostar das mesmas coisas, a composição chama as diferentes personalidades para comemorarem juntas. “Inclusive, esse meu amigo não bebe e nos nossos churrascos sempre rolava um refrigerante. Ele não precisava estar lá para beber, até os vegetarianos participam”, comenta o músico.

O brinde às diferentes personalidades - dos que preferem bar aos que preferem estudar – leva a comemoração em conexão com o outro, ainda que a vida insista em distanciá-los. “Ao longo da vida, a gente vai ter amigos que passam um ano sem se falar e quando se encontram parece que foram dois dias, para chegar nesse nível é muito tempo de convivência. A pessoa te conhece até mais que a própria família”, afirma Nakandakari, valorizando também aquela amizade dos encontros esporádicos, em que todos estão dispostos a falar e a ouvir, na troca mútua de boas vibrações.

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