Daniel Simitan com o Kikito de Melhor Trilha Sonora: filme foi ovacionado em Gramado; 'Marte Um' vai disputar vaga para representar o Brasil no Oscar
Daniel Simitan com o Kikito de Melhor Trilha Sonora: filme foi ovacionado em Gramado; 'Marte Um' vai disputar vaga para representar o Brasil no Oscar | Foto: Edison Vara/ Divulgação

O compositor, arranjador e produtor musical londrinense Daniel Simitan vive uma fase de graças. Criador da trilha sonora para o longa metragem "Marte Um", dirigido por Gabriel Martins, o compositor acaba de retornar de Gramado (RS), onde foi realizada a 50ª edição do Festival de Cinema com o desejado Kikito, símbolo e prêmio máximo de reconhecimento no festival. Sim, um kikito para chamar de seu, pois a trilha para "Marte Um" foi considerada a melhor.

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O longa "Marte Um", por sua vez, ecoa: Melhor, Melhor, Melhor e Melhor. O melhor pelo júri, o melhor pelo voto popular, melhor trilha e melhor roteiro.

O filme que tem roteiro e direção de Gabriel Martins foi rodado entre Contagem e Belo Horizonte, estado de Minas Gerais, e traz a história de uma família. O filme “Noites alienígenas”, primeiro longa-metragem da história do Acre que será lançado nos cinemas, foi o grande vencedor da 50ª edição do festival.

Além da assinatura de Simitan na composição e arranjos, a trilha tem os créditos do estúdio Overdub Audio, onde foi feita toda a captação, mixagem de Felipy Andrade e a presença dos músicos da Bravi Academia Orquestral, também de Londrina. O vídeo com o making off trilha foi feito por Dmitri Fuganti e pode ser conferido por aqui:

Reconhecido e prestigiado, Simitan conta que este ano foi feito o lançamento do filme "Me Tira da Mira". "Fiz a trilha sonora do filme. No ano passado concorri também Gramado com 'Jesus Kid" , mas não ganhei. Em outubro será a estreia do filme "O Faixa Preta - a verdadeira história de Fernando Tererê", para o qual compus a trilha sonora também, atualmente componho a música do longa-metragem "Tração".

O músico também foi o responsável pelo trilha sonora de "Calvário", de 2019.

As composições "Marte Um" (tema de abertura), "O Trauma", "Sonhos e Planos", "A Mudança de Nina", A Descida", "Explorador dos Céus", "Telescópio" e "Olhando Para o Céu", formam a trilha da obra que foi toda composta no ano de 2020. "Quando assisti ao filme pela primeira vez já percebi um supercuidado do roteiro e da direção com cada uma das personagens porque percebi que ganhavam uma profundidade no decorrer do filme como os sonhos do Neivinho, a evolução da Nina. Para fazer a música do Marte Um eu tive um certo cuidado trabalhando sempre com uma sutileza e tentando trazer essa beleza cotidiana para a música. Com melodias simples, mas marcantes acompanhando a evolução e a profundidade das personagens e que vemos na tela. É um filme muito bonito e acredito que a música ajudou demais a contar a história dessa família e muita gente vai se emocionar com o filme", expõe.

UM FILME SOBRE SONHOS E REALIDADE

A primeira sessão de "Marte Um" no Brasil, no dia 17 de agosto, foi ovacionada na sessão da Mostra Competitiva do Festival de Gramado. O filme teve sua estreia mundial no Festival de Sundance, em janeiro passado, onde foi bem recebido pelo público. Depois disso, foi exibido em 35 festivais internacionais, ganhando prêmios de melhor longa no OutFest, no Black Star e no San Francisco Film Festival. A estreia nos cinemas foi em Gramado, durante o festival, com distribuição da Embaúba Filmes. A produção é assinada pela Filmes de Plástico, e é coproduzido pelo Canal Brasil.

O filme, que acaba de estrear seu trailer oficial, irá disputar a vaga para representar o Brasil no Oscar, na categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira. A escolha é feita por uma comissão organizada pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, e a previsão do anúncio do longa escolhido é para 9 de setembro.

"Marte Um" é o segundo longa do cineasta (o primeiro solo, sem a parceria de Maurilio Martins, com quem fez “No Coração do Mundo”), e tem, como um de seus temas centrais, a realização de um sonho infantil, pois a personagem Deivid (Cícero Lucas), o caçula da família Martins, sonha em ser astrofísico e participar de uma missão que em 2030 irá colonizar o planeta vermelho. Mas o pai quer que seja um jogador de futebol. O filme traz o cotidiano de uma família periférica, nos últimos meses de 2018, pouco depois das eleições presidenciais.

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