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Moda 5m de leitura

Fashion Revolution aborda moda e direitos

Campanha propõe debate para construção de soluções inovadoras e interconectadas na moda

ATUALIZAÇÃO
23 de abril de 2021

Walkiria Vieira - Grupo Folha
AUTOR

Indústria da moda e condições de trabalho movem reflexões sobre preservação do planeta
 

Com a participação de mais de 100 países, a  Semana Fashion Revolution é realizada anualmente na última semana de abril para relembrar o desabamento do edifício Rana Plaza, em 2013, que causou a morte de mais de mil trabalhadores da indústria de confecção e deixou mais de 2.500 feridos. O objetivo é  buscar formas de garantir dignidade para os trabalhadores que fazem roupas e mobilizar a sociedade por uma indústria da moda que considere as pessoas e o planeta.

De acordo com a  designer de moda e criadora de conteúdo digital,  Juliana Barbosa neste ano, o evento virtual começou no dia 19 e segue até domingo (25).  Em prol de uma transformação sistêmica, o Fashion Revolution propõe em sua campanha de 2021 uma discussão sobre Direitos, Relacionamentos e Revolução. Uma das orientações da designer para quem deseja ter uma atitude sustentável de consumir localmente, tanto na moda como em qualquer área, consumir local normalmente é mais sustentável, porque ajuda na economia da cidade, impulsiona comércios pequenos, diminui o caminho que o produto faz até a sua casa". 

O Fashion Revolution propõe mobilizar redes para além da comunidade já existente, amplificar vozes não ouvidas ou marginalizadas, e trabalhar juntos por soluções inovadoras e interconectadas. "Moda é potência, é cultura, queremos que todos sintam-se parte deste movimento por uma moda plural, conectada com a realidade do planeta e que seja boa para todos", diz Fernanda Simon, diretora executiva do Instituto Fashion Revolution Brasil.

A campanha, que há anos incentiva o questionamento por meio da hashtag #QuemFezMinhasRoupas, pretende trazer as pessoas que fazem as roupas para maior protagonismo, e assim incentivar responsabilidade e transparência por parte das marcas. Este ano, foi reforçada a importância de um olhar na perspectiva de gênero e raça. O Brasil é o quarto maior produtor de roupas do mundo, gerando 8 milhões de empregos diretos e indiretos - 75% da mão de obra é composta de mulheres (ABIT). 

Do ponto de vista dos organizadores do evento, o Fashion Revolution reforça a necessidade de mudanças  e isso requer uma revolução em nossa forma de pensar, consumir e produzir.  O modelo econômico vigente é baseado em uma lógica linear de superprodução, consumismo e descarte. Precisamos reconhecer e fomentar alternativas e outros modelos econômicos. A programação completa  está no hotsite:  @fash_rev_brasil #FashionRevolution #QuemFezMinhasRoupas #DoQueSãoFeitasMinhasRoupas

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