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Essa semana foi vez de colher pimentas. Sim, eu tenho um pezinho de pimenta na horta de casa. Era um vasinho, que foi transplantado para o espaço maior. De repente, começou a ter uns fungos, mortalmente eliminados com fungicida. E que floresceu, de pouquinho em pouquinho, até dar fruto! Não é a primeira vez que colhemos. Entretanto, é a primeira vez que fica carregadinho. Obviamente, não deu uma quantidade que me permite vender no supermercado. Mas, para um pé de horta caseira, até que rendeu bem. E ainda tem algumas para madurar e serem colhidas mais para frente.
Esse pequeno e ardido fruto é tão antigo quanto a própria humanidade. Dizem que surgiu 7 mil anos antes de Cristo no México, país onde ela é símbolo de cultura e da gastronomia. É considerada a planta mais velha em cultivo na América e também uma das mais antigas domesticadas pelo ser humano, no caso, pelos ameríndios, entre eles os maias e os astecas. Nos dias de hoje, contam-se cerca de 30 diferentes espécies em todo o mundo. E uma incógnita aqui em casa: de que espécie ela é?
Aparentemente, acreditamos ser a pimenta biquinho, que faz parte do grupo das pimentas aromáticas ou de cheiro, cuja ardência é subjugada pelo sabor mais doce, o que permite uma degustação mais tranquila. Entretanto, acreditando assim, certa vez colhi umas dez que havia no pé e coloquei, de forma decorativa, na finalização de um risoto de alho poró com gorgonzola. Não devia ter feito isso! A casa estava cheia de visitas e, todas elas, foram surpreendidas com uma ardência fora do comum! Que vergonha! Sorte minha que elas eram todas educadas e, inclusive, disseram que preferiam a ardência tal qual estava. Será mesmo?
Não sabemos se esse pé de pimenta, de fato, era da biquinho – apesar de o formato ser exatamente o mesmo – ou se ocorreu uma de duas possibilidades: a primeira delas pode ser sido uma modificação ou mistura com alguma outra espécie enquanto a segunda explicação possível é que, de fato, já existe por aí uma variedade chamada pimenta de bico, com o mesmo formato, mas, com ardência superior. Como é o que temos pra hoje, então continuamos a cultiva-la e, certamente, nossa nova colheita poderá ser brevemente apreciada por aqui.
Já falamos nesta coluna sobre a conserva de pimentas, que fiz com a colheita de uma outra variedade, que ganhei num vaso. Talvez congelaremos esses pequenos frutos. Talvez usaremos em alguma receita por aí. Você, caro leitor, tem alguma sugestão?