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VISÃO DE JOGO 5m de leitura

O dinheiro e o futebol

A força do dinheiro aumenta as diferenças, mas sem coerência nas contratações só se empilham craques, que nem sempre funcionam bem juntos

ATUALIZAÇÃO
17 de dezembro de 2023

Julio Oliveira
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem O dinheiro e o futebol

O Mundial de Clubes está aí para comprovar que dinheiro e futebol nem sempre se complementam em história certa de sucesso. É preciso mais. Os árabes, do petróleo que jorra, querem fazer brotar uma nova rota do futebol mundial, mas sem força técnica. O dinheiro está comprando tudo, menos história. 

O torneio tem sido dominado pelos europeus, também milionários, que  venceram as últimas 10 edições e são favoritos novamente com o Manchester City. Mesmo o time inglês não vivendo um bom momento técnico é muito superior a todos os outros. Mas o futebol, às vezes, surpreende e é neste fator que imperam as esperanças de adversários.

O todo poderoso Al Ittihad, de Benzema, Kanté e Fabinho, foi atropelado pelo Al-Ahly. O time egípcio mostrou mais conjunto, mais organização e desenho tático mais equilibrado, o que permitiu o domínio absoluto do jogo. E, por aqui, todos já estavam com “medo” de Benzema e companhia. A equipe saudita tem o dinheiro, compra quem quiser, mas o futebol ainda precisa de muitos outros elementos além do poder financeiro.

O Manchester City se apoiou no alto investimento, mas precisou de tempo para fazer história vencedora em títulos. Tornou-se forte, competitivo e respeitado não só pelo peso de caixa, mas pelo desenho esportivo. A força do dinheiro aumenta as diferenças, mas sem coerência nas contratações só se empilham craques, que nem sempre funcionam bem juntos. No City ainda chegou Pep Guardiola, o melhor de todos. 

Esta conta não exata do futebol de que basta comprar os melhores e vencer é que ainda faz o esporte apaixonante. O Fluminense tem uma folha mensal quatro vezes inferior à do Palmeiras, cinco vezes à do Flamengo e quase sete vezes menor que o salário mensal de Benzema. O Fluminense conquistou a Libertadores, hoje um título até mais desejado do que o Brasileirão. O Fluminense está no Mundial de Clubes e já faz história.

Os números ajudam a contar a história, mas são os resultados que ficam para todo sempre. 

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