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Endividada, Evergrande é dona do maior clube de futebol da China

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20 de setembro de 2021


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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O risco de que a gigante chinesa Evergrande, uma incorporadora imobiliária, possa dar um calote no pagamento de suas dívidas -possui passivo de US$ 355 bilhões (R$ 1,89 trilhão)- pode ter reflexo no maior campeão de futebol da China, o Guangzhou.

Desde 2010, o clube, que costumava figurar na segunda divisão do país, transformou-se na maior potência local quando foi comprado pelo grupo, fundado em 1996 por Xu Jiayin, o homem mais rico da China, durante o boom imobiliário na década de 1990.

Nos últimos 11 anos, grandes nomes do futebol mundial foram contratados, incluindo brasileiros, e o time passou a acumular títulos. Foram oito troféus da liga nacional (2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2019), além de dois vices (2018 e 2020) nesse período, deixando para trás o Shandong Luneng, equipe que tinha mais títulos até então, com três taças.

Três dos oito títulos nacionais do Guangzhou foram conquistados sob o comando de Luiz Felipe Scolari. O treinador campeão do mundo com a seleção brasileira em 2002 comandou o time de 2015 a 2017, período no qual também ganhou em seu primeiro ano por lá um dos dois títulos de Liga dos Campeões da Ásia que a agremiação possui.

O elenco atual conta com o meia brasileiro Ricardo Goulart. O volante Paulinho e o atacante Robinho são dois outros nomes conhecidos que passaram pelo time chinês.

O ex-jogador do Corinthians, aliás, foi contratado em 2019, negociado pelo Barcelona por 42 milhões de euros na época, a terceira maior venda da história do clube espanhol. Era mais uma prova do forte poder econômico não só do Guangzhou, mas do futebol chinês desde que bilionários passaram a investir nos clubes do país.

A partir de dezembro de 2019, as autoridades que comandam o futebol na China criaram algumas regras para limitar os gastos dos clubes, incluindo um teto salarial para os jogadores, o que passou a dificultar a contratação de grandes nomes.

Além disso, para esta temporada, a Associação Chinesa de Futebol determinou que os clubes retirassem os nomes de donos, investidores ou patrocinadores e alterassem suas nomenclaturas para nomes mais neutros. Por isso, o Guangzhou deixou de ser chamado na liga de Guangzhou Evergrande e voltou a usar somente seu nome original: Guangzhou Football Club.

Atualmente, a equipe está na segunda posição da Superliga Chinesa, com 30 pontos, três a menos do que o líder do campeonato, o Shandong Luneng.

Em termos de estrutura, porém, o clube segue em expansão e está construindo um estádio, orçado em US$ 1,7 bilhão (R$ 9 bilhões), com formato de uma flor de lótus e capacidade para 100 mil espectadores.

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