Ser recebido na casa de amigos que moram em outra cidade, é sempre uma grande honra e alegria. Melhor ainda quando a hospedagem vem com um pão fresquinho no dia seguinte, não é mesmo? Essa honraria não é sempre que acontece, mas, por outro lado, também não é toda vez que, para que isso seja uma realidade, a gente, literalmente, coloca a mão na massa! Já contei aqui que, semanas atrás, viajei para Itararé, mais precisamente no distrito de Pedra Branca, para conhecer a família dos amigos Fran e Marcus Vinícius, que lá têm um mercadinho referência em todo o bairro: o Mercado do Dir.

Da noite para o dia, entretanto, é preciso trabalhar. E os hóspedes-visitantes entram no time da ajuda, sem dúvidas! Lá pelas 22h, prepara-se a massa: farinha, água, levedura (ou fermento de padeiro, como é mais conhecido o ingrediente) e sal. Como no mercadinho de lá vende-se pão por unidade, é preciso padronizar o tamanho do produto. Diferentemente daqui de Londrina, onde o item é vendido por quilo, então, não importa qual peso tenha. Para fazer isso, é preciso pesar as bolinhas de massa. Em média, cada uma tem cerca de 65 gramas.

Depois de preparadas e pesadas, as bolinhas de massa entram numa máquina que a transformam num formato mais comprido. É assim que elas descansam a noite inteira e, durante esse período, crescem de um tamanho que ficam parecidas com um pão mesmo. Quando chega por volta das 7h, é preciso assar o pão, porque logo já tem cliente querendo pão fresquinho. Antes, porém, a gente tem que “cortar” a massa, para que o pão fique com aquela casquinha aberta, em cima. Disseram-me que os clientes “exigem” essa casquinha aberta, sob o argumento de que se não tiver, não parece pão! Já reparou nisso?

Aí, então, o pão vai para o forno: são 18 minutos numa temperatura específica super alta! Rapidinho ele fica pronto. Aos domingos, saem duas fornadas. Durante a semana, só uma. O resultado é um pão leve e crocante, que me fez comer além da conta: com margarina, com doce de abóbora caseiro feito pela Vó Maria e até com nutella. O pão é tão gostoso que o pessoal do bairro tem o costume de comprá-lo mesmo quando está amanhecido, ou seja, de um dia para o outro. O mercadinho faz uma sacolinha, cobra um pouco mais barato e, dessa forma, não se desperdiça um pão sequer.

A única desvantagem mesmo é ter de voltar de viagem, depois de três dias degustando e saboreando o pão fresquinho que a gente ajudou a fazer, inclusive num piquenique na cachoeira do Rio Verde, em Itararé. A gente fica mal acostumado!

Pão fresquinho: indispensável no dia a dia
Pão fresquinho: indispensável no dia a dia | Foto: Pixabay

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