| |

Sylvio do Amaral Schreiner - Mundo Vivo 5m de leitura

Que tipo de sujeito é você?

As pessoas vivem como se não tivessem mentes e, por isso mesmo, não possuíssem nenhuma responsabilidade com suas vidas emocionais

ATUALIZAÇÃO
01 de julho de 2022

Sylvio do Amaral Schreiner
AUTOR

Para ser possível uma vida saudável e sã é necessário, primeiro, aceitar como funcionamos, conhecer nossa natureza, para então ser capaz de conduzir a própria vida de uma maneira eficiente. Infelizmente, não é isso o que acontece e as pessoas terminam por viver vidas muito sofridas e cheias de complicações desnecessárias. O que acontece é que na maioria das vezes as pessoas não lidam com a vida real, mas com o que elas acreditam que a vida deveria ser.

.
 

Olhemos como tratamos nossos corpos, nossa saúde física. Aliás, cuidar do próprio corpo deveria ser uma atividade básica, algo sem maiores hesitações, mas não é bem isso o que ocorre. Sem um corpo minimamente sadio fica muito difícil viver, no entanto tratamos nossos corpos de maneira cruel como se eles pudessem receber quaisquer tipos de maus tratos e nunca ‘enguiçarem’. Já repararam para ver como tratamos nossos corpos físicos?

Comemos além da conta e de maneira nada saudável, bebemos como se não houvesse amanhã, tomamos remédios de forma indiscriminada frente qualquer desconforto, dormimos pouco e mal, etc. Se examinarmos bem nós sobrecarregamos nossos corpos físicos violentamente e ainda por cima esperamos que eles não reclamem, que não deem nenhum tipo de problema. Em outras palavras, somos nosso próprio carrasco. Isso não é qualidade de vida.

Se fazemos assim com nossos corpos, que é algo de natureza bem concreta, imagina o que não fazemos com nossas mentes, que é de natureza bem sutil e subjetiva, ou seja, bem mais difícil de se ver. As pessoas vivem como se não tivessem mentes e por isso mesmo não possuíssem nenhuma responsabilidade com suas vidas emocionais. Elas até “sabem” que têm mentes, mas não se dão conta e nem se responsabilizam por sua subjetividade. Isso faz com que elas se entreguem a fiquem presas a variados tipos de compulsões, caiam nos mesmos erros e equívocos, sofram por coisas que poderiam ser evitadas. Em resumo, vivem mal e fazem más escolhas.

Com tudo isso é de se esperar que a vida vá tomando caminhos que vão levando a uma grande infelicidade e insatisfação. As pessoas sentem-se constantemente infelizes e ficam desesperadas por buscar prazeres que venham a ‘compensar’ a dor e medo que sentem. E quanto mais prazer as pessoas vão correndo atrás de forma inconsequente mais elas vão se perdendo de si mesmas e mais cria um ciclo vicioso que leva muitos a não ter mais qualidade de vida alguma.

Se não conhecemos como funcionamos, nossas naturezas, nossos corpos e mentes, não haverá a menor possibilidade de vivermos bem. Prazer é importante para a vida, mas qual tipo de prazer? Aqueles que realmente nos levam a ser nós mesmos, a crescer e se expandir ou aquele prazer que nos leva a nos perder? Quando vamos aprendendo a ter contato com nossas reais necessidades, quando podemos ver de verdade a nós mesmos, temos a possibilidade de escolhermos melhor o que queremos e escolhemos melhor como nos tratamos e como nos conduzimos. Isso, sim, é ser sujeito da própria vida.

***

A opinião do colunista não é, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina 

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1

Esse conteúdo é restrito para assinantes...
Faça seu login clicando aqui.
Assine clicando aqui.

PUBLICAÇÕES RELACIONADAS