O tour, normalmente, começa pela Itália. Primitivo, nero d’ávola, sangiovese, barbera e algumas uvas que eu não conhecia, como a negroamaro ou malvasia nera. Quase que como regra, a viagem passa por Portugal. Lá, acompanham-nos a tinta-roriz, a castelão ou a touriga nacional. E, do ladinho, a Espanha também é, ou melhor, tornou-se um destino dos mais favoritos, sem dúvidas, com a tempranillo. Na Europa, a pinot noir francesa também é sempre uma excelente pedida, muito embora essa uva, especificamente, tenha irmãs mais gostosas em outros países, como o próprio Brasil.

Não importa qual seja ou de quais países venham, o importante é sempre a boa companhia. E, quando estou com os compadres Faustino Gentilin Filho e Rose Raposo Gentilin, tal qual no último fim de semana, colecionamos rolhas, histórias, memórias, lembranças e algumas boas horas de vinho. Ela, quase fisioterapeuta. Ele, cardiologista, especialista no coração das pessoas. Por isso é que digo que o vinho sempre vem com acompanhamento médico! E que afaga não apenas o coração, mas, a alma!

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. | Foto: iStock

Mas, da Europa, vimos para a América do Sul. Chilenos e argentinos, os vinhos são mais ácidos por causa do terroir e, também, menos frequentes à nossa mesa, muito embora tenhamos descoberto excelentes exemplares hermanos. Aqui, as uvas mais consumidas por nós são a malbec, a cabernet sauvignon e a merlot. A primeira, mais encorpada e vindo da Argentina, vai muito bem com carnes. Churrasco, de modo particular. As outras, com massas, por exemplo. Entretanto, é preciso encontrar quais rótulos caem bem no paladar. Não são todos não. Paso de los Andes, Alma Negra, Luigi Bosca e Catena Zapata estão na lista de alguns dos que são indispensáveis.

E do Brasil? Ainda um grande universo a ser explorado. Além das já tradicionais e muito conhecidas vinícolas comerciais como Aurora, Casa Perini, Miolo e Casa Valduga, um sem-número de outras aguardam nossas descobertas. Com produções excepcionais, fica difícil eleger uma uva específica. Apesar de ser mais conhecido pela confecção de belos espumantes – que se utilizam de variedades como sauvignon blanc, chardonnay e moscato –, o país guarda rótulos deliciosos, produzidos por vinícolas mais artesanais, familiares e tradicionais e por safras menores. Você, caro leitor, tem aí alguma sugestão para acrescentarmos à nossa lista de degustação? Ou melhor, tem algum vinho que queira mandar e presentear este colunista? Se tiver, não se esqueça do necessário acompanhamento médico!