Quem nunca aproveitou um pão velho e seco para preparar uma torrada? Eu, particularmente, gosto muito de tostar as fatias cortadas de pães com bastante azeite e uma pitada ou duas de lemon pepper. Entretanto, a “invenção” mais gourmetizada surgiu na Itália, séculos atrás, com outros ingredientes: a brusqueta, como nós conhecemos hoje, tem origem no termo italiano “bruscare”, que significa justamente tostar em brasa. Hoje, o modo de fazê-lo é mais moderno, mas igualmente delicioso. Entretanto, quero ensinar uma maneira de fazer ainda mais diferente e gostosa, que aprendi com meu compadre Elias Ribeiro.

Basicamente, o “recheio” mais comum é com alho, tomate picado em cubos, manjericão fresco e azeite de oliva. Essa é a clássica “receita” italiana. Tem gente que até faz com pão francês ou com pães de forma. Entretanto, o melhor é mesmo é poder preparar com um pão italiano ou semi italiano. Até mesmo a baguete, dependendo de como ela é feita, fica boa na composição. Mas, tem inúmeras maneiras de trabalhar com os ingredientes e vale a criatividade e a imaginação, afinal, dá para utilizar aquilo que você tem na geladeira.

Então, entram na “brincadeira” azeitona, tomate-cereja, parmesão ralado, mozzarella de búfala, cogumelos salteados na manteiga, presunto parma crocante, rúcula, abobrinha grelhada, queijo de cabra, hortelã, cebola roxa, entre tantos outros. Uma das mais marcantes e inesquecíveis brusquetas que eu já degustei e experimentei está no Empório Guimarães (R. Paraíba, 533). Toda vez que sou convidado para alguma festa lá, faço questão de reservar espaço para esta iguaria. E ainda conto para quem está ao meu lado na fila que ela é imperdível, não importa se eu conheço ou não a pessoa.

Agora, mesmo pesquisando por aí sobre a brusqueta, dificilmente se encontrará uma receita como a do compadre, que também aproveita alguns ingredientes que tem em casa. Às vezes, é com pera, maçã verde ou abacaxi. Às vezes, é com queijo brie ou gorgonzola. Às vezes, vai mel ou geleia de pimenta. Enfim, a combinação depende do que se tem na hora ou do que estava disponível no supermercado. Não importa qual seja, o sabor fica mais adocicado e, mesmo assim, funciona como uma excelente entradinha. Não preciso nem dizer que combina muito bem com um vinho tinto, de modo especial italiano, embora possa ser um rosé ou branco argentino, chileno ou português. Enfim, esse é apenas um detalhe.