Refinado, complexo e surpreendente. Quando as primeiras notas tocam o paladar, já dá para perceber que se trata de um vinho diferenciado. Dizem que com português não tem erro. Discordo. Já experimentei alguns lusitanos que não quero mais repetir, muito embora a maioria seja de extrema qualidade. Tal qual o Quinta do Carmo, da vinícola Bacalhôa, da região do Alentejo. Dentro da garrafa, uma mistura de uvas como alicante bouschet, aragonez, cabernet sauvignon e trincadeira. E um buquê de deixar o olfato aguçado.

Recebi o vinho de presente de José Luiz Ferrazzo, um enófilo que trocou a carreira pelo universo do vinho. É diplomado pela WSET (Wine & Spirit Education Trust) e embaixador da Bacalhôa no Brasil. Daí o motivo do presente, após eu participar de uma degustação orientada por ele, promovida pela Rede Angeloni, em Londrina. O interessante é que, após a verdadeira aula degustativa e após experimentar um vinho diferente do que foi apresentado, dá vontade de conhecer a vinícola e degustar seus exemplares por lá.

Dizem que o Quinta do Carmo agrada diversos paladares. Apresenta aromas de fruta madura e um delicioso equilíbrio. Embora seja um vinho com estrutura, não grita os taninos ao paladar, mas os apresenta de maneira volumosa, redonda. Mistura a vinificação em cubas de inoxe em lagares, envelhecido em barricas de carvalho francês. Eu, particularmente, degustei com algumas castanhas. Mas, vai muito bem com determinados tipos de queijo, com uma sopa bem gostosa no frio e até com alguns tipos de carne vermelha.

Pesquisando sobre o rótulo, descobri que há uma versão branca, com as uvas roupeiro, arinto e antão vaz, colhidas durante a noite. Também é possível encontrar o Quinta do Carmo Reserva, com um corte de aragonez, alicante bouschet, cabernet sauvignon e Syrah, desta vez colhidas manualmente. Ainda não os experimentei, mas já estou com água na boca porque tenho certeza que devem ser exemplares marcantes e inesquecíveis. Os preços de cada um podem variar no varejo, mas não sabem por menos de R$ 130, podendo chegar até aproximadamente R$ 300 (um pouco mais ou um pouco menos), dependendo da safra.

De qualquer maneira, é um vinho do qual não se vai arrepender. É um vinho para uma companhia também agradável e elegante, independentemente do cardápio escolhido. É um vinho que vai muito bem como um presente para uma ocasião mais que especial. É um vinho que vale a pena investir um pouco mais do que o habitual, mesmo estando fora do ticket médio cotidiano. Depois você me conte se foi um bom investimento!