Londrina tem gente do mundo inteiro. Italianos, japoneses, alemães e árabes, entre outros. Por isso, a culinária local não tem um prato típico específico, mas, evidencia uma cosmopolitaneidade gastronômica característica da colonização diversa. Hoje, quero destacar o roteiro pela culinária árabe, tão rico e delicioso que não nos estranha nem um pouco o cardápio dos países do Oriente Médio. E nem deixa por desejar. Afinal, a cidade tem uma cozinha e mão cheia, seja nas tradições familiares seja nos restaurantes.

Do quibe ao kafta, a culinária árabe oferece um leque de sabores
Do quibe ao kafta, a culinária árabe oferece um leque de sabores | Foto: iStock

Esfirra aberta ou fechada, de carne queijo ou frango. Quibe frito, cru, assado, com ou sem requeijão. Tabule, salada de cuscuz, arroz sírio, mjadra (arroz com lentilha e finalizado com cebola caramelizada), falafel (bolinho de grão de bico), kafta (espeto de carne com temperos típicos árabes), kebab (espetada de carne com vegetais), charuto com folhas de uva, de repolho ou de couve, além de muitas pastas e patês como homus (de grão de bico), babaganush (de berinjela), muhammara (molho de pimenta), tahine (de gergelim) e as famosas e indispensáveis coalhadas, que eu, particularmente, coloco em tudo.

Síria ou libanesa, de modo especial, nossa influência gastronômica, claro, mantém origens e raízes árabes ao passo que também adapta alguns itens. De qualquer forma, é uma lembrança – fiel ou atualizada – dos antepassados que aqui chegaram décadas atrás, em busca de oportunidades e de uma vida melhor. Quando visitei o Oriente Médio, já há alguns anos, não tive dificuldade alguma em me adaptar à culinária servida nos hotéis, nos restaurantes e na própria rua. A despeito da universalidade da gastronomia árabes, penso que nós, em Londrina e na região Norte do Paraná, somos privilegiados por termos contato com essa cultura tão rica e importante.

Lá em casa a gastronomia árabe não é novidade. As esfirras me acompanham desde que sou criança. O quibe, então, nem se fala! Gosto demais do cru, embora do frito ou do assado também. Mas, colocar um pouquinho do cru na cebola e degustar com azeite e coalhada, dá até água na boca só de pensar. Já fui em restaurantes bem árabes aqui em Londrina. Não foi um ou foram dois. Ao contrário, quase meia dúzia deles e, cada qual com sua especialidade ou característica, todos são de comer rezando!

E, para brindar e saudar os convivas, eu escolho o vinho, que é uma bebida muito consumida no mundo árabe, embora eu não conheça nem tenha familiaridade com alguma vinícola ou rótulo de lá. Já bebida mais típica mesmo talvez seja o arak, que também não conheço, um destilado sabor anis servido diluído na água ou puro, com gelo. Então, Sahtein!