Quem me conhece sabe que, dentre todos os queijos, um que tem meu coração é o queijo azul, mais especificamente o tipo gorgonzola, justamente pelo resultado da “Penicillium Roqueforti”, que provoca o desenvolvimento do mofo e produz um sabor inigualável. Uso o ingrediente para derreter no risoto, para preparar o molho de um nhoque ou de uma boa massa, além, é claro, de servi-lo como aperitivo ou entradinha. Esses dias fui em um evento em que o molho do gorgonzola serviu de base para mergulhar um espetinho de uvas. Meu Deus, que combinação inédita e deliciosa!

Obviamente, o gorgonzola original é totalmente diferente dos tipos que temos nos supermercados brasileiros. O italiano tem textura e sabores que quase não se parecem com o que o paladar brasileiro está acostumado. Por isso mesmo é que, por aqui, a gente chama de “tipo gorgonzola”. Até porque o gorgonzola original é da região homônima, localizada nos arredores de Milão, na Itália. Entretanto, é possível encontrar bons exemplares nas gôndolas brasileiras. Um deles é da marca Cruzília, que se pode encontrar na Rede Angeloni e no Super Muffato.

Sempre que vou utilizá-lo, procuro ver se tem essa marca. Além de, normalmente, custar menos por quilo, tem um característico desenvolvimento do fungo, que possibilita ser um ingrediente marcante e, ao mesmo tempo, leve, sem agredir o paladar. Afinal, tem gente que não gosta muito do sabor com personalidade forte. Eis que, todavia, deparei-me com uma novidade: uma combinação de queijo azul com café. O produto foi lançado pela marca no primeiro semestre de 2023, como edição limitada, mas, só tive contato agora, recentemente, em novembro.

O queijo tem 60 dias de maturação, é produzido com leite da Serra da Mantiqueira e recebe adição de café logo no início do processo. O resultado? Um sabor inédito, inimaginável e surpreendente. Não sei nem dizer com o que esse produto harmoniza. No caso, estávamos degustando os champagnes da Moutard, a convite da Rede Angeloni. Comecei harmonizando num nível alto, difícil de superar! Brincadeiras à parte, o sabor marcante do queijo azul delicadamente aromatizado com o café permitem que a gente escolha desde um Malbec ou Tannat até um Brunello ou Barolo.

Tomara que esse casamento entre leite e café seja uma novidade que tenha vindo para ficar e que a gente tenha mais possibilidades de encontrar o produto nas gôndolas do supermercado. Só podia ser invenção mineira e, minhas previsões se concretizarem, logo esse queijo está ganhando medalhas mundo afora.