O prato típico polonês mais famoso no mundo faz parte do cotidiano da vida de quem mora nas cidades que receberam imigrantes da Polônia, principalmente, em Santa Catarina. Em Londrina, entretanto, infelizmente não é tão fácil de se encontrar por aí. Aliás, nunca vi em cardápio algum por estas bandas. Mas, tenho uma fonte particular que, quando está inspirada, mata a minha vontade e saudade dessa iguaria deliciosa. Você já experimentou?

A avó Laurinha, que é avó da minha prima Paola por parte da mãe dela, tia Silvana, tem ascendência polonesa e sei lá desde quando prepara o tal do pierogi. O prato é um bolinho de massa, uma espécie de pastel salgado cozido, muito fácil de se fazer. São bolinhos em formato semicircular à base de farinha de trigo e recheados, podendo ser com frango ou algum queijo. Esses dias ela preparou uma fornada, já que minha prima estava em Londrina. O molho vermelho de frango ficou por conta da tia Silvana.

A narrativa do pierogi dá conta de que a massa tenha sido preparada pela primeira vez no século XIII. Não apenas os poloneses, mas, também, romenos, russos, lituanos, ucranianos e eslovacos preparam a receita e, mais que isso, reivindicam a autoria do prato. Tem gente até que diz que o pierogi pode ter surgido na China. Não seria tão espantoso assim, já que o macarrão também pode ter origem chinesa. O certo, em praticamente todas as narrativas, é que o mercador, embaixador e explorador veneziano Marco Polo foi quem teria trazido o pierogi para o Ocidente. Agora, se ele trouxe na Europa Oriental ou da Ásia, ficaremos com a dúvida atrás da orelha.

No Brasil, certamente o pierogi chegou com os imigrantes europeus orientais. A receita inclui ovos e pode ser recheada com diversas outras combinações. Além disso, é temperado com sal, pimenta do reino e até noz-moscada. E vou dizer uma coisa: vai muito bem com um vinho tinto. Harmoniza bem com um malbec argentino, mas, também aceita um cabernet sauvignon e até um merlot ou carménère. Se bem que eu prefiro mesmo um italiano ou português. O importante é combinar com um vinho encorpado, já que o prato é forte e traz sustância. Nunca experimentei, mas, um tannat uruguaio também pode ser que caia super bem!

Infelizmente, não poderei indicar onde degustar o pierogi, porque a avó Laurinha prepara só de vez em quando, em ocasiões especiais, e normalmente quando a minha prima está por aqui. Mas, se alguém tiver por aí uma receita de família transmitida de geração em geração, certamente fará sucesso produzindo e vendendo em casas de massas. O que acha?