Premiados, deliciosos e, pouco a pouco, mais conhecidos pelo paladar brasileiro. Estou falando dos queijos de Minas Gerais, os quais têm uma diversidade grande e um universo a ser explorado. Entretanto, o ritmo é outro. Diferentemente dos queijos mais comerciais, cuja produção invade as gôndolas dos supermercados, as iguarias mineiras são artesanais, com edição limitada e produção sob encomenda. A lista de espera de alguns exemplares chega a dois anos. Mas, vale a pena esperar.

Conheci um pouco mais sobre o universo dos queijos mineiros através do Filipe Castro, um mineirinho de quem eu celebrei o casamento com a Angélica alguns anos atrás e que, mais recentemente, começou a trazer alguns exemplares para o Norte do Paraná. Mais do que um apreciador dos queijos mineiros, Filipe entende do produto. Ele é graduado em zootecnia pela Universidade Federal de Lavras (2001), mestre (2009) e doutor (2013) em zootecnia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), com ênfase em produção animal, além de outras especialidades.

Entre as iguarias que foram apresentadas numa agradável noite de degustação de queijos, no Empório Herbst, estavam peças da Queijaria Cinquenta, de Itanhandu, Queijaria Rancho Maranata, de Virgínia, Queijaria Pérola da Serra, também de Itanhandu, e Queijaria Barão da Canastra, de Piumhi. O que aprendemos, de início, é que os queijos mineiros vão muito além da Serra da Canastra. E que há uma variedade enorme de tipos e processos de produção.

Obviamente, não estamos falando de queijos popularmente conhecidos, como gorgonzola, parmesão e brie. Esses, são produzidos especificamente em regiões com denominação controlada, com especificações rigorosas. Os que encontramos no supermercado são sempre “tipo” esse ou aquele. Entretanto, os queijos mineiros utilizam processos semelhantes de maturação, com os mesmos fungos, mas, que, dadas as características da região, entre outras coisas, resultam em queijos completamente diferentes dos europeus, com os quais estamos acostumados.

O que mais me chamou a atenção foi o parmesão da Queijaria Barão da Canastra. Mais salgadinho, apresenta os chamados cristais no queijo. Ideal para harmonizar com um bom vinho argentino ou chileno. No meu caso, todos valem, inclusive os italianos. Comprei uma peça e corto-a em pedaços bem fininhos, para ir degustando mesmo. Outros exemplares são mais semelhantes ao queijo brie, um pouco mais cremosos, como o Sereno da Queijaria Cinquenta ou o Brisa. Esses normalmente agradam mais ao paladar feminino, pois, são mais suaves.

Degustamos outros, mas, não dá pra ficar traduzindo em palavras as delícias dos queijos produzidos em Minas Gerais. Precisamos é experimentá-los e colocá-los no nosso cotidiano, sempre com bons vinhos e boas companhias!

* A opiniãi do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina.