Lagosta ou polvo?
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sexta-feira, 19 de novembro de 2021
Fábio Luporini
Os frutos do mar têm cada vez mais espaço na alta gastronomia, mas, além dos pratos de luxo, estão conquistando território, também, na culinária do dia a dia. Com o preço da carne bovina nas alturas, alguns itens se tornaram mais competitivos economicamente. Até porque, deixaram de ser os vilões das alergias para assumir o papel de benfeitores da saúde, ajudando a reduzir colesterol, a proteger contra doenças cardiovasculares e a serem ricas fontes de vitaminas. Mas, qual deles você gosta mais?
Não há resposta para essa pergunta. Já contei aqui sobre o camarão, uma iguaria deliciosa. Hoje, quero me deter sobre o polvo e a lagosta, dois apetitosos frutos do mar que aprendi a apreciar com o tempo. Obviamente não se nasce com esse paladar e, dependendo dos hábitos alimentares, demora-se a conhecê-los ou passar a gostá-los. No caso da lagosta, foi assim. Demorei a experimentar. Minha primeira experiência foi no Barô Bistro, aqui em Londrina. Era um prato preparado com molho branco e a lagosta “derretia” na boca de tão macia.
Noutra vez, a lagosta veio um pouco mais rígida e me contaram que a temperatura da água de onde o animal vem interfere na rigidez de sua carne. Se o oceano é ou está muito frio, fica mais durinha. Se a água está ou é mais quentinha, então fica mais macia. Semana passada, o Buffet Planalto serviu uma lagosta deliciosa, junto de um arroz negro, numa festa à qual fui convidado. Ao lado, é claro, daqueles camarões deliciosos que só eles sabem fazer!
Já o polvo, lembro-me de, lá na adolescência, ter experimentado na salada, na casa de um amigo. Depois, fui degustá-lo também no Barô Bistro. Além disso, chego a salivar só de pensar no sashimi de polvo que o Villa Fontana faz, no cardápio japonês. E, sem dúvida alguma, o pato preparado pelo Aurum é um dos campões. Nesse caso, a cozinha mediterrânea predomina, incluindo outros ingredientes e temperos. Dia desses, vi no Instagram de uma ex-aluna e amiga que eles desenvolveram uma entradinha de polvo apetitosa, que me fez comer com os olhos e que eu ainda não conheço. Certamente está impecável.
O fato é que os frutos do mar ganharam novas caras e cores, novas receitas e uma série de possibilidades e alternativas além daquelas tradicionais. Deixaram a beira-mar para conquistar o mundo e o paladar de mais gente. As novas gerações, por exemplo, adaptam-se muito melhor e mais rapidamente a esses itens gastronômicos. Que, aliás, não dispensam um bom vinho branco ou um tinto selecionado.
* A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina.