Entre tigelas e hashis

Eu gosto muito da culinária japonesa. Ou, ao menos, essa abrasileirada que conhecemos por aqui. Aprendi a comer peixes crus, porque o preconceito de antes fazia com que eu não gostasse de determinadas comidas, mesmo sem experimentá-las. Entretanto, é preciso acostumar o paladar. Principalmente com a textura, justo para o que muitas pessoas torcem o nariz. Garanto que o meu, pelo menos, se acostumou facilmente. De fato, os rodízios, temakis, sushis e afins caíram no gosto popular tupiniquim e, hoje, são uma febre que faz pipocar restaurantes por aí.

Confesso que, com o avançar da idade, meu metabolismo vai ficando mais sensível à culinária japonesa e já não tenho mais o mesmo tempo de digestão que outrora, o que me faz pensar duas vezes antes de ir a um rodízio, muito embora eu seja apaixonado. Degustar as iguarias que se oferecem nesses locais, cada um com uma criatividade diferente, junto de um bom vinho branco (pode ser tinto também) é apaixonante. Mas, tenho preferido pedir alguns itens do tamanho da fome daquele momento em vez de empanturrar-me no rodízio.

Ou, então, comprar na peixaria o lombo fresco, seja do salmão, da tilápia ou de outro peixe coo o atum, o prego e até o polvo, e preparar sashimi em casa mesmo. No Multi Chef, a gente já ensinou a preparar um temaki. Aí o procedimento é mais complexo porque você precisa comprar a alga, o arroz específico e outros itens a mais. Todavia, para fazer um sashimi, simplificando, basta acertar no corte. E, claro, se você quiser, utilizar os molhos mais gostosos. O meu preferido é, sem dúvida alguma, o tarê, à base de shoyu com saquê, açúcar mascavo, gengibre e caldo de peixe. Aliás, planei gengibre na minha horta e logo vou poder colher e preparar o meu próprio molho.

Claro que o mais tradicional mesmo é o shoyu, muito embora os temperos japoneses sejam mais voltados para o agridoce. Acontece que a culinária japonesa tem uma série de molhos diferentes, inclusive que dariam assunto para uma coluna inteira. Entre os principais, estão teriyaki, missô, agridoce, saquê, mirin, vinagre de arroz, ponzu e wasabi, esse último com sabor forte e marcante, preparado a partir da planta Wasabia japônica. Eu já contei qual é o meu preferido. E o seu, qual é? De qualquer forma, é sempre bom ter em casa, de prontidão, tigelas, facas e hashis para o caso de se pedir algum delivery culinário nipônico ou de se preparar as iguarias.