A palavra da ceia natalina é compartilhar!

A gente piscou e o Natal chegou. Não é brincadeira, não! O fim de ano está aí e, com ele, aquele velho dilema de onde passar a ceia natalina, quem convidar e que cardápio preparar. Tem gente que aposta na tradição e não abre mão de um peru ou chester, com bastante arroz com lentilha e frutas que não podem faltar. Para esses, o panetone é protagonista. Outros, preferem inovar e apostam em massas com figo e damasco, molho bechamel e ingredientes mais diferenciados. Não tem problema, o importante é entender que o verdadeiro sentido do Natal nos leva a compartilhar não apenas a ceia, mas, sobretudo, o momento, as memórias e as lembranças.

Aqui em casa a tradição é a leitoa. Não tem jeito. Já contei isso aqui nos dois últimos natais. A minha avó já faleceu faz quase dez anos e a tradição de degustar uma boa leitoa assada à pururuca permanece. Outra tradição é da minha mãe: fazer o sorvetão de sobremesa. É um sorvete delicioso que tem duas ou três camadas diferentes, depende do gosto do “freguês”. Ela também incluiu o bolo pão de mel, que é simplesmente maravilhoso e pode servir como sobremesa ou até para o café da manhã. Não podem faltar frutas: uvas, pêssegos, ameixas. E lichia: no último ano plantei algumas sementes na minha horta e agora estou com cinco mudas da árvore precisando de um espaço maior, alguém se habilita?

Os vinhos são de minha responsabilidade, até porque praticamente sou o único que tomo mesmo. Quando vem algum tio ou tia passar a ceia, aí consigo degustar com uma boa companhia. Então, desde os vinhos brancos e rosés, que podem harmonizar com as entradinhas, sejam elas castanhas ou queijinhos, até a sobremesa, com os vinhos licorosos do Porto ou, até mesmo, o licor de limão siciliano Lupocello Perfetto, passando pelos pratos principais: cada ano procuro experimentar um vinho diferente, seja português, espanhol ou italiano. Há espaço para os franceses e sul-africanos também. E o espumante do brinde é comigo mesmo: normalmente é um Prosecco italiano.

Quer levar o sentido do Natal mais profundamente? Sugiro que cada um que for passar a ceia junto leve um prato específico, que fique responsável por um determinado prato da ceia. E, como pediu o Papa Francisco, sem exageros: “É bom celebrar o Natal, fazer festas... mas vamos baixar o nível das despesas de Natal - é assim que se diz. Façamos um Natal mais humilde, com presentes mais humildes”, disse o Pontífice. E recomendou enviar o que economizarmos ao povo ucraniano. Podem ser as pessoas que mais precisem, próximas de nós mesmo. O importante, como disse no início, é compartilhar!