A Polícia Civil prendeu preventivamente na manhã desta quarta-feira (8), nas regiões norte e sul de Londrina, três homens – com idades entre 27 e 42 anos – suspeitos de liderarem uma organização criminosa que agia na cidade para roubar cabos de cobre e outros materiais elétricos. Também foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão. Entre os bens confiscados estão veículos que teriam sido usados nos crimes ou que foram comprados com o dinheiro dos assaltos.

A polícia estima que o grupo tenha levado das empresas cerca de R$ 1 milhão. A investigação começou há sete meses e identificou invasões em cinco estabelecimentos, sendo quatro do ramo da construção civil e a Copel (Companhia Paranaense de Energia). O almoxarifado da companhia, na zona leste, foi alvo dos criminosos duas vezes em 45 dias, entre fevereiro e março deste ano. Na segunda invasão, funcionários foram feitos reféns por quase 12 horas e três caminhões foram utilizados para transportar os materiais subtraídos, inclusive, um bitrem.

Duas tentativas de assalto foram frustradas, já que os objetos que visavam não estavam nos locais no dia. Os investigadores classificaram que o modo de agir dos criminosos era similar ao do “novo cangaço”. “Praticavam os roubos por nós investigados com grande quantidade de agentes, armamento pesado e domínio não só do imóvel da empresa que invadiam, mas sim de uma região determinada para garantia do sucesso do crime”, detalhou o delegado Rafael Souza Pinto, que comandou a operação “Sandes”, como foi denominada.

Investigação agora vai em busca dos receptadores dos materiais
Investigação agora vai em busca dos receptadores dos materiais | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

ALTA PERICULOSIDADE

Os detidos têm ficha criminal extensa e são considerados de alta periculosidade. Dois deles usavam tornozeleira eletrônica. “Maioria possui passagens por crimes patrimoniais violentos, inclusive, temos um preso com seis condenações pelo mesmo crime, além de crimes diversos, como porte de arma, tráfico de drogas, tentativa de homicídio, receptação e desobediência”, elencou.

A suspeita é de que, em média, até dez pessoas tenham participado dos roubos de forma direta ou indireta. A Polícia Civil apura se funcionários ajudaram nos crimes. A investigação agora irá focar nos receptadores e acredita que sejam do Paraná. “A investigação tem indícios de uma determinada região para onde essas mercadorias eram levadas. A atual fase da operação tem o objetivo de trazer mais elementos informativos para o inquérito, para que possamos alcançar os endereços”, destacou Amarantino Ribeiro, delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial.

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ligação com outros casos

Segundo Ribeiro, a expectativa é que este tipo de ação criminosa cesse na região Norte do Estado depois das prisões desta quarta-feira. “Quando você tem um lucro para os criminosos, a probabilidade que voltem a cometer o delito é grande, por isso, a necessidade de trabalharmos para que pudéssemos prendê-los”, comentou.

Não está descartada a participação da mesma organização criminosa em outros assaltos violentos que ocorreram no Paraná. “Temos registros de roubos a bancos, carga de cigarro”, comentou Rafael Souza Pinto.

Atualizada às 12h34

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