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Cadernos Especiais 5m de leitura

Boa saúde à mesa

ATUALIZAÇÃO
31 de dezembro de 1969

Chiara Papali<br>Reportagem Local
AUTOR

Não é só o que se come - mas a maneira de preparar, de servir e de degustar o prato que fazem da culinária japonesa ingrediente para uma vida mais saudável. É a junção de tudo isso que faz da alimentação um dos fatores que explicam a longevidade entre os nipônicos.
  A nutricionista Mikaela Sonomura, de Londrina, explica que a culinária japonesa tradicional sempre privilegiou os alimentos da forma mais natural. Dessa maneira, eles são pouco cozidos, a maior parte das vezes no vapor, e quase nunca fritos. A intenção é preservar sabor, cor e textura dos alimentos, mas a conseqüência é que as vitaminas também são preservadas.
  Segundo a nutricionista Vivian Kamogawa, diferente da dieta ocidental, rica em gorduras e açúcares e pobre em fibras, a dieta japonesa tem como base arroz, legumes, soja, peixes, algas, macarrão, frutas e chás. Toda essa variedade é o que profissionais da saúde preconizam como base da boa alimentação. Neste tipo de dieta estão presentes nutrientes, proteínas, carboidratos, vitaminas e fibras.
  Outra característica da dieta oriental, segundo Vivian, é a alta ingestão de alimentos funcionais, que colaboram para a prevenção de doenças. Caso da soja e as isoflavonas que ajudama a minimizar os sintomas da menopausa; do chá verde, onde estão presentes flavonóides, substâncias que agem como antioxidantes, reduzindo a incidência de câncer; o cogumelo do sol, que também têm propriedades anti-cancerígenas, e os peixes de água fria e salgada, ricos em ômega 3 e 6, fatores funcionais na prevenção de doenças coronarianas.
  O preparo de uma refeição japonesa também dá trabalho - legumes e peixes são geometricamente cortados, um diferente do outro, e dispostos de maneira bela em dezenas de preparações. E se é preciso paciência no preparo, é preciso ainda mais na hora de saboreá-la - até para reverenciar o trabalho de quem a fez.
  Só isso já faz com que os alimentos sejam ingeridos lentamente, e juntando o fato de que o japonês também mastiga mais vezes o alimento, o resultado é uma melhor absorção de nutrientes e melhor digestão. ‘‘Como o alimento é saboreado a cada bocada, o cérebro recebe a informação de que o corpo já está suprido, coisa difícil de se perceber quando se come com pressa’’, avalia.
  Um dos únicos poréns da culinária japonesa é o excesso de sal presente nas conservas, no shoyo e no missô, o que favorece a hipertensão arterial. ‘‘Mas, uma pessoa saudável pode comer em pequenas quantidades’’, avalia Mikaela.

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