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Cadernos Especiais 5m de leitura

A crise nas cidades de médio porte

ATUALIZAÇÃO
22 de julho de 2016

Nelson Bortolin<br>Reportagem Local
AUTOR

"A gente sabe que o Brasil vive uma crise econômica profunda e existe uma grande expectativa no sentido de superá-la", diz o palestrante



O impacto da crise econômica nas cidades de médio porte, principalmente as do Paraná, é o tema da palestra de abertura da 7ª edição do EncontrosFolha, que será proferida pelo economista e professor do Instituto Superior de Administração e Economia (Isae) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), em São Paulo, Robson Ribeiro Gonçalves. Ele é autor do livro "Economia: simples como deve ser" publicado pela Strong Editorial, foi economista do Banco Central e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
"A gente sabe que o Brasil vive uma crise econômica profunda e existe uma grande expectativa no sentido de superá-la. Mas, normalmente, essa crise é vista do ponto de vista dos grandes centros", afirma. A intenção de Gonçalves e contextualizar a crise nos segmentos da economia, de acordo com o tema do evento: "Projetando Londrina e Região para o Desenvolvimento: Indústria, Comércio e Serviços".
O economista diz que, entre os municípios médios do País, o impacto da crise varia muito. "No Nordeste, a crise não teve impacto porque essas cidades por lá já vivem em penúria crônica. Em outros municípios, como Campo Mourão, no Paraná, ninguém fala em crise porque a economia está em alta devido ao bom momento do agronegócio e das cooperativas", analisa.
Recém-chegado de um evento do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), em Foz do Iguaçu, ele atesta a boa performance das cooperativas agrícolas e pecuárias devido à alta do dólar e à recuperação dos preços internacionais de commodities, fatores que favorecem a exportação. "O sentimento do pessoal é que eles estão em situação melhor hoje. Não veem crise. O bom desempenho do agronegócio repercute nos demais setores da economia desses municípios médios do Paraná."
Londrina, no entanto, vive uma situação intermediária, de acordo com Gonçalves. "Como centro urbano, a cidade sofre o impacto negativo da crise, como nos grandes centros, mas também se favorece da força do agronegócio", explica.

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