O agrônomo José Ryoti Nakabayashio e o produtor Marcelo Valdevino da Luz:  “Teremos de nos mobilizar para conseguir liberação de defensivos para o controle da mosca”
O agrônomo José Ryoti Nakabayashio e o produtor Marcelo Valdevino da Luz: “Teremos de nos mobilizar para conseguir liberação de defensivos para o controle da mosca” | Foto: Ricardo Chicarelli

José Ryoti Nakabayashi, engenheiro agrônomo da Capal Cooperativa Agroindustrial, atende 178 cafeicultores e uma área total de 3,1 mil hectares, boa parte do município de Carlópolis. Ele confirma que o adiantamento da safra foi peça chave para a incidência violenta da mosca-das-frutas nos cafezais. “A larva da mosca come toda a polpa então o fruto seca muito rápido. Se chover, o café fermenta no pé.”

Ryoti relata que a convivência com o inseto é frequente nas lavouras, mas como a colheita acontecia num clima mais frio, não trazia problemas. “Este ano tivemos lavouras que colhemos em março, a mosca se multiplicou muito rápido. Quem tinha descascador não usou esse ano e não deu para fazer café tipo exportação”, explica ele.

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Depois dessa situação, o controle da praga no café – que antes não era debatido – agora entrou em pauta. “Pensamos em fazer controle, mas ficamos preocupados com o resíduo no fruto, principalmente na horas das análises. Não temos nenhum produto registrado para o controle da mosca-das-frutas no café. Isso é um problema, teremos que nos mobilizar, conversar com entidades do governo, para conseguir uma liberação (de defensivos) para fazer o controle da mosca.”