Ainda não se pensa no controle da mosca-das-frutas no café, que é controlada nos pomares com iscas à base de melaço, diz pesquisador
Ainda não se pensa no controle da mosca-das-frutas no café, que é controlada nos pomares com iscas à base de melaço, diz pesquisador | Foto: Ricardo Chicarelli

O açúcar e a cor do café são alguns dos atrativos para a mosca-das-frutas buscar o fruto para depositar seus ovos, se alimentando da polpa, mas não da semente. O pesquisador entomologista do Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), Rodolfo Bianco, explica que a região de Carlópolis é mais propícia a ter a praga pelo volume da fruticultura que, claro, aumenta a pressão da praga.

Para Bianco, este ano foi especial porque a mosca se beneficia do calor que, por sua vez, diminuiu o ciclo do café, antecipando a colheita em 30 dias. Duas situações que vieram de encontro para o prejuízo. “Na formação do café acontece a concentração de açúcares e a mosca causa danos indiretos, mais no sabor e na qualidade, dependendo do processo de secagem.”

Bianco relata que atualmente não se pensa no controle da mosca-das-frutas no café, que é controlada nos pomares com iscas à base de melaço. “Tem que reduzir a população no ambiente para a mosca não ir até até o café. Pode ser que ano que vem, por exemplo, o pessoal se esqueça disso. O ambiente pode voltar a ficar desfavorável para a mosca e ela passar desapercebida novamente”

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Apesar das dificuldades em se fazer projeções, um cenário é possível considerar: se as temperaturas elevadas persistirem, o risco é maior de reincidência. Em relação ao controle da mosca na cultura, Bianco salienta que é preciso avaliar “até que ponto eles estão causando prejuízo para ver a viabilidade de um controle.”