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Governo de SP diz que vacina da Pfizer não foi causa provável de morte de adolescente (1)

ATUALIZAÇÃO
17 de setembro de 2021

MÔNICA BERGAMO
AUTOR

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Secretaria da Saúde de São Paulo concluiu nesta sexta (17) que a vacina da Pfizer não foi a causa provável do óbito de uma adolescente de 16 anos, mas sim uma doença autoimune.

A jovem foi imunizada contra Covid-19 na cidade de São Bernardo do Campo (SP) e morreu sete dias depois. Na quinta (16), o governo Jair Bolsonaro invocou o caso e decidiu suspender a orientação sobre vacinar adolescentes de 12 a 17 anos contra a Covid-19.

"As análises técnicas indicam que não é a vacina a causa provável do óbito e sim à doença identificada com base no quadro clínico e em exames complementares, denominada Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PPT)", diz o governo paulista em nota.

Segundo a pasta, a doença autoimune é rara e grave, e não há nenhum relato técnico até o momento que aponte o quadro como evento adverso pós-vacinação com o imunizante da Pfizer.

A análise foi feita de forma conjunta por 70 profissionais e reuniu especialistas em hematologia, cardiologia, infectologia e atuantes em centros de referência para imunobiológicos especiais do estado. Também colaboraram especialistas dos municípios de São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo.

“As vacinas em uso no país são seguras, mas eventos adversos pós-vacinação podem acontecer. Na maioria das vezes, são coincidentes, sem relação causal com a vacinação. Quando acontecem, precisam ser cuidadosamente avaliados”, afirma o infectologista Eder Gatti, que coordenou a investigação.

“Os eventos adversos graves, principalmente aqueles que evoluem ao óbito, são discutidos com uma comissão de especialistas para se ter uma decisão mais precisa sobre a relação coma a vacina. Quando um caso vem à tona sem que este trabalho esteja finalizado, cresce o risco de desorientação, temor, de rejeição a uma vacina sem qualquer fundamento, prejudicando esta importante estratégia de saúde pública que é a campanha de vacinação”, segue.​

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, atribuiu o recuo a dúvidas sobre a segurança na imunização destes jovens e criticou estados que já começaram a imunizar os menores de 18 anos. Ele também criticou estados que anteciparam a vacinação de adolescentes contra a Covid-19.

Um dos motores da campanha de contestação à vacinação de adolescentes foi a ex-atleta de vôlei e comentarista de Os Pingos nos Is, Ana Paula Henkel.

Em 13 de setembro ela publicou no Twitter que a Saúde não recomendava a aplicação das doses em menores de 18 anos, quando a pasta, na verdade, já orientava a imunização destes grupos a partir de 15 de setembro. A publicação foi compartilhada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Na quinta-feira, Henkel celebrou o recuo do Ministério da Saúde e disse, no Twitter, que Queiroga "mostra liderança na proteção de nossas crianças e adolescentes".

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