| |

Últimas Notícias 5m de leitura

Alesp adia pela 2ª vez votação de projeto que muda carreira de servidor em SP

ATUALIZAÇÃO
28 de setembro de 2021

FLAVIA KUROTORI
AUTOR

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) adiou, nesta terça-feira (28), a votação da reforma administrativa que altera as regras do funcionalismo público paulista. Esta é a segunda vez que a apreciação é adiada --a primeira foi há uma semana.

O PLC (Projeto de Lei Complementar) 26 deve retornar à pauta para encaminhamento e votação em plenário na próxima terça (5). O projeto foi enviado em regime de urgência pelo governador João Doria (PSDB) em agosto.

O texto altera pontos como bonificação por resultado, acaba com a possibilidade de faltas abonadas e cria regra para contratar servidores temporários em caso de greve, dentre outros. Clique aqui e veja detalhes sobre as mudanças.

Único deputado a discursar a favor da reforma, Arthur do Val (Patriota) afirmou que o atual modelo está defasado. Mencionando o fim das faltas abonadas e a redução da quantidade de faltas que são consideradas abandono do emprego propostos pelo PLO, ele atacou os servidores da educação.

"Os bons professores pagam pelos maus. Este projeto acaba com o absurdo que é a greve dos professores, dá poder para o governo contratar temporários para cobrir o rombo [deixado pela greve], para proteger o aluno", disse o deputado.

Tida como uma antecipação da reforma administrativa em tramitação no Congresso Nacional, o projeto é alvo de críticas por parte dos servidores. Diversas categorias protestaram pela retirada do projeto na tarde desta terça em frente à Alesp. Um ato já havia sido realizado na semana passada, quando o projeto foi pautado pela primeira vez na Casa.

O parlamentar Major Mecca (PSL) criticou o fim do reajuste do adicional de insalubridade aos servidores. "Os senhores estão retirando os direitos de um técnico de enfermagem que ganha R$ 1.500 por mês. [Isso] É falta de prioridade do governo do estado de São Paulo", avaliou.

A deputada Maria Izabel Azevedo Noronha, a professora Bebel (PT), disse que o projeto é um "show de horrores" e destacou que um dos principais "ataques" do projeto ao funcionalismo público estadual é a autorização para contratação de temporários por motivos de calamidade pública ou greve, por exemplo.

"O problema é a rotatividade. Imagina um médico, que troca com frequência, não consegue dar continuidade ao tratamento de um paciente", exemplificou a parlamentar. "Estamos em busca da valorização do servidor", completou.

PUBLICAÇÕES RELACIONADAS