Com a inclusão das crianças de 5 a 11 anos no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, a aplicação do imunizante da Pfizer no público infantil está bem próxima de ser realizada, de acordo com o Ministério da Saúde. Não será preciso apresentar pedido médico para aplicação das doses, apenas a autorização dos pais. A imunização não será obrigatória e terá início em crianças indígenas, quilombolas, com comorbidades e deficiência permanente. A expectativa é de que as doses comecem a chegar no Brasil a partir do dia 13 de janeiro e que, até o fim do mês, o País receba um total de 3,7 milhões de doses.

Imagem ilustrativa da imagem Vacinação de crianças contra Covid traz esperança de aulas mais seguras
| Foto: Micaela Orikasa - Grupo Folha

A vacina já foi aprovada pelas principais agências reguladoras de medicamentos e vacinas do mundo, após rigorosos estudos clínicos. Sua segurança e eficácia estão comprovadas e o imunizante está em uso nessa faixa etária (de 5 a 11 anos) em 30 países.

LONDRINA

Com a proximidade da volta às aulas no início de fevereiro, secretários de Educação da Região Metropolitana de Londrina falam sobre a expectativa de começar o ano letivo com parte das crianças vacinadas. “Vacinas salvam. Assim como esperamos pela vacinação dos professores, estamos ansiosos pelas crianças também”, comenta a secretária de Educação em Londrina, Maria Tereza Paschoal de Moraes.

“A secretaria trabalha para que as aulas tenham início no dia 7 de fevereiro, de forma presencial. Vamos aguardar as orientações da secretaria de Saúde para eventuais mudanças”, acrescenta. Em Londrina, o ano letivo de 2021 terminou com 100% dos alunos frequentando as escolas diariamente. Ao todo, a rede municipal conta com pouco mais de 46 mil estudantes, sendo aproximadamente 30 mil na faixa etária dos 5 aos 11 anos.

ARAPONGAS

Em Arapongas, a previsão para o início das aulas é 10 de fevereiro para mais de 11 mil alunos. “A intenção é retornar com 100% dos estudantes em sala de aula, mas ainda não temos as vacinas para serem feitas em todas as crianças. Vamos nos reunir com a secretaria de Saúde nos próximos dias para avaliar as possibilidades, prezando sempre pela segurança de todos. Estando vacinados, melhor para nós enquanto escola, para o município, pais e alunos”, diz o secretário municipal de Educação, Luiz Roberto dos Santos.

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IBIPORÃ

Para o secretário de Educação em Ibiporã, Antônio Prata Neto, a recepção dos 5.643 estudantes matriculados na rede municipal deve acontecer presencialmente no dia 8 de fevereiro. “Ibiporã tem situação peculiar porque 70% da rede é integral. Devemos começar o ano letivo com quase 100% dos alunos em salas de aula, na modalidade parcial, isto é, divididos nos turnos matutino e vespertino."

Prata Neto destaca que não houve, até o momento, nenhuma manifestação de pais de alunos a respeito da vacinação, mas defende que “a ciência é a bandeira que norteia nossas ações. Estamos acompanhando o cenário dia a dia e se a ciência chancela a imunização de crianças, gostaríamos de ter a maior cobertura possível em nossos alunos. Ter mais um ano de escala reduzida e comprometimento pedagógico pode impactar muito o futuro dessa geração”, pontua.

CAMBÉ

Cambé que possui 10 mil alunos matriculados na rede municipal, também prevê o retorno presencial das aulas no dia 07 de fevereiro. Somente na faixa etária dos 5 aos 11 anos são cerca de seis mil crianças. "Vamos continuar seguindo rigorosamente as orientações da secretaria de Estado da Saúde, como desde o início da pandemia. Sobre a vacinação das crianças, o município, recebendo as doses, será respeitada a opção dos pais. A gente sempre acredita na Ciência e a ideia é retornar agora em fevereiro com 100% da rede no presencial, com segurança para todos", comenta Estela Camata, secretária de Educação e Cultura de Cambé.

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Ela lembra que o município foi o primeiro da região a iniciar as aulas na modelo híbrido (presencial alternado com remoto), em maio de 2021. "Trabalhamos sempre com o olhar cuidadoso. Nossa expectativa é voltar com o presencial em 100% porque temos muito a trabalhar com relação à educação das nossas crianças, considerando o cenário da pandemia dos últimos dois anos, mas caso tenhamos que repensar numa organização híbrida, a rede está pronta para se reestruturar", diz.

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MÉTODOS CIENTÍFICOS

O uso da vacina da Pfizer contra a Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos de idade no Brasil foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no dia 16 de dezembro de 2021. A vacina para o público infantil tem dosagem e composição diferentes daquela utilizada para os maiores de 12 anos. Ela será aplicada em duas doses de 0,2 mL (equivalente a 10 microgramas), com pelo menos 21 dias de intervalo entre as doses.

A Anvisa destaca que "as vacinas contra Covid-19 foram desenvolvidas usando métodos científicos que já existem há décadas. Essas vacinas continuam sob o monitoramento de segurança mais intensivo da história mundial em diferentes países com forte estrutura de regulação".

O imunizante já foi aprovado pelas principais agências reguladoras de medicamentos e vacinas do mundo; está em uso em 30 países
O imunizante já foi aprovado pelas principais agências reguladoras de medicamentos e vacinas do mundo; está em uso em 30 países | Foto: Ina Fassbender / AFP
A Anvisa informa ainda que a tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de vacinação e também pelos pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para serem vacinadas. A vacina também tem esquema de conservação diferente, já que pode ficar por 10 semanas em temperatura de 2ºC a 8ºC.

O imunizante já foi aprovado pelas principais agências reguladoras de medicamentos e vacinas do mundo, após rigorosos estudos clínicos. Sua segurança e eficácia estão comprovadas e o imunizante está em uso nessa faixa etária (de 5 a 11 anos) em 30 países. Cerca de 10 milhões de doses já foram aplicadas somente nos Estados Unidos e Canadá.

A CTAI-COVID (Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19), grupo do qual a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) faz parte, divulgou em nota, o parecer favorável à vacinação de crianças de 5 a 11 anos, destacando que "vacinar as crianças interferirá também na proteção indireta da população, já que aumentará a cobertura vacinal e diminuirá a circulação do SARS-CoV-2 e suas variantes. Como consequência, pessoas que não podem se vacinar, seja pela idade (crianças muito pequenas) ou por questões de saúde (os que têm restrições médicas), ficam mais protegidas".

A nota informa ainda no Brasil, do início da pandemia até 6 de dezembro de 2021, houve no Brasil 23.277 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 entre crianças de 0 a 11 anos. O número de mortes foi de 1.449. Do total, 6.163 casos e 301 mortes ocorreram em crianças de 5 a 11 anos.

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