O projeto de extensão “Suporte Psicológico – Covid-19: Atendimento aos Profissionais e Pacientes do Hospital Universitário da UEL” (Universidade Estadual de Londrina) está ativo desde abril de 2020, no primeiro ano de pandemia de coronavírus. Inicialmente pensado como uma ação circunscrita ao HU, o projeto se estendeu para outras instituições, como escolas e batalhões da Polícia Militar.

Dois anos depois e com 248 atendimentos realizados, o projeto pretende mudar de foco. A coordenadora do projeto de extensão, a professora Josy de Souza Moriyama, aponta que as questões envolvendo problemas psicológicos e Covid-19 seguiram, em muitos casos, negligenciadas. Os quadros de ansiedade e depressão, por exemplo, acabam surgindo na vida dos pacientes do pós-Covid depois do tratamento e não são reconhecidos como sequelas da doença.

Nesse sentido, o projeto pretende atender pacientes do pós-Covid, em especial adolescentes e adultos. “Há uma série de problemas em voga atualmente, como a questão do luto, que devemos trabalhar. Os adolescentes em geral estão com dificuldades para se enturmar, com o fim das medidas de isolamento e retorno das aulas e atividades normais”, observou a professora, que é do Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento.

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CRONOLOGIA

“O projeto sempre teve muitos envolvidos. São mais de 50 profissionais da Psicologia e Psiquiatria, além de estudantes envolvidos e professores da coordenação e apoio”, contou Moriyama. Cada paciente atendido passa por uma média de 4 encontros, podendo chegar a 8 atendimentos.

Em 2020 foram realizados 83 atendimentos. Naquela época, segundo a coordenadora, o receio em sair de casa e enfrentar uma doença desconhecida e bastante contagiosa sem estar vacinado foi uma das explicações pela procura mais baixa.

O projeto foi uma demanda do Hospital Universitário, mas, devido ao próprio ritmo de trabalho no momento inicial da pandemia, a procura foi abaixo do esperado. “Costumo dizer que, no momento do projeto, é como se um soldado estivesse em um campo de batalha. Absorvido pelo combate, ele não para e sente os efeitos daquilo. Só vai sentir depois”, avaliou a professora.

Em 2021, o número de atendimentos duplicou: foram 163. “As pessoas começaram a perceber que aquilo (a pandemia) não ia acabar tão cedo, aí começaram a procurar, até pelo cansaço”, definiu. Nesse montante estão incluídos, além de profissionais de saúde do HU e outros locais, policiais militares (que receberam visitas presenciais em batalhões da cidade), professores e assistentes sociais, estes do HU, que passavam por um momento de muito estresse, perdendo pessoas próximas”, avaliou a professora.

O ano de 2021 prosseguiu com atendimentos à população em geral, no HU e no Hospital Zona Sul, com atendimentos em grupo (presenciais) e individuais (online).

Porém, em 2022, com o avanço da vacinação e com o relaxamento das medidas protetivas contra a doença, a busca pelo serviço teve grande queda. “Nós encontramos, neste ano, um brasileiro desinteressado pelas questões envolvendo a pandemia. Antes, existia um incentivo para o cuidado com a saúde mental, quando o isolamento era algo presente nas nossas vidas. Depois, isso foi passando”, afirmou. (Com informações da Agência UEL)

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