O momento é desesperador. “Eu fiquei apavorada, vi que ela estava engasgada, então corri, pedi ajuda do segurança da loja”, conta a mãe Iara Cruz de Andrade, 25, lembrando do acidente com a filha, que aconteceu em uma loja na área central de Londrina. Arel tinha sete meses quando, brincando com uma garrafa pet, engoliu um pedaço de plástico.

Iara Cruz de Andrade com a filha, dois anos após o acidente: "Hoje eu entendo que a Arel é um milagre, porque os policiais estavam lá na hora certa e eles sim estavam preparados”
Iara Cruz de Andrade com a filha, dois anos após o acidente: "Hoje eu entendo que a Arel é um milagre, porque os policiais estavam lá na hora certa e eles sim estavam preparados” | Foto: Roberto Custódio

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No desespero, pessoas tentaram puxar o plástico da garganta da menina, mas o efeito foi contrário, o objeto foi empurrado, obstruindo completamente as vias aéreas da criança. “Ela não estava mais com nenhum sinal, muito ruim, mudando a cor, ficando roxa, começamos a chamar os policias na rua”, menciona. Foi quando a polícia chegou para realizar o procedimento e, felizmente, o resultado foi positivo.

Andrade conta que já passou por situação parecida com a irmã mais nova, mas que com a filha foi mais grave. “Por mais que você saiba fazer o procedimento, na hora é totalmente diferente, é nervosismo. Eu não tinha ação. O primeiro momento foi tirar o plástico, eu tentei da primeira vez e não saía, comecei a bater nas costas dela, foi quando entreguei para o segurança. Eu fiquei em estado de choque”, aponta. A menina não precisou ser internada e não teve sequelas.

Dois anos depois do ocorrido, a mãe acredita ser essencial os pais saberem fazer a manobra da forma correta. “Não é só bater nas costas, tem uma posição certa”, argumenta. Ela notou a diferença quando o policial realizou o procedimento. “É necessário saber, porque é questão de segundos, uma coisa muito rápida”, afirma.

Além do susto, a mãe também enfrentou julgamentos. “Durante o processo, eu comecei a chorar e um rapaz passou por mim e falou: ‘não sei porque você está gritando, porque a culpa é sua mesmo’. Eu não me importei na hora, tudo que eu queria era que aquilo tudo passasse”, recorda.

Como o caso teve repercussão nos telejornais e redes sociais, as pessoas começaram enviar mensagens de apoio. “Algumas não entendiam por que a criança estava brincando com uma garrafa pet, mas eu recebi mensagens de apoio, pessoas perguntando da neném e compartilhando situações semelhantes, o apoio foi bom”, afirma.

Até hoje a família mantém contato com o soldado que fez a manobra na filha e é grata pelos policiais terem aparecido na hora certa. “Eles foram enviados de Deus. Hoje eu entendo que a Arel é um milagre, porque eles estavam lá na hora certa e eles sim estavam preparados”, agradece.