Curitiba - Intoxicações, quedas e queimaduras estão entre os principais acidentes domésticos registrados nas férias. Neste mês de julho, com as crianças mais tempo em casa, os riscos tendem a aumentar. Por isso, pais e responsáveis devem redobrar a atenção, já que grande parte dos acidentes registrados nesta época do ano pode ser evitada.

.
. | Foto: iStock

De acordo com o último levantamento da ONG Criança Segura, 112 mil meninas e meninos, de 0 a 14 anos, foram hospitalizados em decorrência de acidentes em 2019 no Brasil. As quedas lideraram o ranking com 47% dos casos, em seguida aparecerem as queimaduras (19%) e intoxicações (3%). Ainda conforme os dados, 90% das ocorrências poderiam ter sido evitadas com medidas simples de prevenção.

O pediatra Eduardo Gubert, do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, afirma que é extremamente importante que pais e responsáveis façam um levantamento dos lugares mais propensos a acidentes domésticos e adaptem os locais.

“Precisamos relembrar que a criança não pode entrar na cozinha ou na área de serviço sozinha, por exemplo. É preciso colocar telas nas janelas e não deixar sofás ou camas próximos dessa área de escape”, detalha o médico.

LEIA TAMBÉM:

+ Junho Laranja: álcool líquido é o principal agente causador de queimaduras
+ Bagagem cultural: leitura torna férias mais divertidas
+ Clima seco que predomina em Londrina requer cuidados com a saúde

QUEIMADURAS

Gubert explica ainda que, em termos de números, as queimaduras por água fervente são bem maiores do que queimaduras elétricas. “Muitos pais se preocupam com tomadas, mas não fecham a entrada da cozinha, por exemplo. É algo muito sério, muitas crianças perdem a vida vítimas de queimaduras”, diz.

Ele orienta que, se for uma queimadura de segundo grau, o ideal é que os pais procurem um atendimento médico para fazer o curativo adequado e avaliar os sinais vitais.

AFOGAMENTO

O especialista lembra também que os casos de afogamentos não são exclusivos de períodos mais quentes do ano. E que nesse tipo de ocorrência, o importante é fazer com que a criança respire novamente. “Enquanto uma pessoa liga para o Corpo de Bombeiros, outra realiza a técnica de respiração boca a boca. O atendimento médico precisa ser imediato”, ressalta.

INTOXICAÇÃO

Outra advertência do pediatra é que em casos de intoxicação, nunca se deve forçar o vômito. “Por exemplo, a criança ingeriu alguma substância cáustica. Ela já fez uma lesão na ida, se for forçada a vomitar, outra ferida pode ser formada na volta e até ir para o pulmão. Antídotos caseiros e leite também não são adequados. O correto é ligar para o Centro de Informações e Assistência Toxicológica do Paraná [CIATox], pelo número 08000 410 148, ou procurar o serviço médico mais próximo”, salienta Gubert.

CONFIRA ALGUMAS DICAS DO MÉDICO

SALA

- Mantenha fios de eletrônicos em protetores

- Prefira móveis com quinas arredondadas ou use protetores

- Evite cortinas com puxadores, elas podem trazer risco de estrangulamento

- Coloque portões nas portas e nas escadas e grades ou redes de proteção em janelas, sacadas e mezaninos

- Não deixe sofás, poltronas ou cadeiras perto de janelas

- Retire tapetes do ambiente, porque oferecem risco de quedas. Deixe o piso livre de objetos

COZINHA

- Certifique-se de que os cabos das panelas estejam virados para dentro

- Use as bocas de trás do fogão

- Mantenha fósforos, isqueiros, objetos cortantes e de vidro, cerâmica e sacos plásticos fora do alcance das crianças

- Evite usar toalhas compridas na mesa de jantar

BANHEIRO

- Mantenha a tampa da privada sempre fechada

- Tranque o armário de medicamentos, vitaminas e demais produtos que ofereçam riscos de intoxicação

- Guarde fora do alcance os utensílios afiados, tesouras e secadores

- Não deixe a criança na banheira ou no banho sem supervisão

- Antes do banho, teste a temperatura da água

QUARTO

- Evite posicionar camas e móveis perto de janelas e cortinas

- Coloque telas ou redes nas janelas

- Escolha brinquedos com pontas arredondadas, com selo do Inmetro e considere a idade adequada

LAVANDERIA OU ÁREA DE SERVIÇO

- Esvazie baldes e bacias e os guarde virados para baixo, longe do alcance de crianças

- Mantenha os produtos de limpeza em recipientes originais e com formato desconhecido de crianças Guarde-os em lugares altos e trancados.

- No caso de plantas, verifique se não são venenosas e/ou apresentam perigo para as crianças

Acidentes domésticos mais comuns com crianças

- Intoxicações: remédios, produtos de limpeza, plantas e inseticidas.

- Quedas: altura, ambientes lisos e molhados – como box do banheiro –, cama, sofá e berço.

- Queimaduras: escaldo ou derramamento de líquido fervente, álcool, panelas e outros objetos quentes.

- Sufocação e engasgamento: alimentos, líquidos, brinquedos, cordões, tiras, botões e moedas.

- Afogamentos: baldes, bacias, tanques e banheiras.

(Com informações do Hospital Pequeno Príncipe)

****

Receba nossas notícias direto no seu celular! Envie também suas fotos para a seção 'A cidade fala'. Adicione o WhatsApp da FOLHA por meio do número (43) 99869-0068 ou pelo link wa.me/message/6WMTNSJARGMLL1