O Banco de Olhos Regional de Londrina, do HU-UEL (Hospital Universitário/Universidade Estadual de Londrina), chegou à marca de duas mil doações em 2022. A médica responsável pelo Banco de Olhos, Ana Paula Oguido, explica que o número corresponde a quatro mil córneas, resultando em um grande número de pessoas que tiveram a oportunidade de voltar a enxergar.

O BOL é o único Banco de Olhos público do Paraná, parte do Sistema de Transplantes da Sesa (secretaria de Estado da Saúde) e com chancela do Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde.

"Ainda precisamos manter uma luta diária de conscientização da população sobre a doação”, afirma a médica responsável pelo BOL, Ana Paula Oguido
"Ainda precisamos manter uma luta diária de conscientização da população sobre a doação”, afirma a médica responsável pelo BOL, Ana Paula Oguido | Foto: Divulgação - Banco de Olhos do HU

Desde sua instalação no hospital, em 2011, a área de abrangência do Banco de Olhos cresceu significativamente - compreende atualmente toda a macrorregião Norte e inclui cinco Regionais de Saúde: a 16ª (Apucarana), 17ª (Londrina), 18ª (Cornélio Procópio), 19ª (Jacarezinho) e 22ª (Ivaiporã). As cirurgias podem ser realizadas em hospitais credenciados pelo Ministério da Saúde, portanto, as córneas podem ser transplantadas em todo território nacional, algo recorrente na unidade.

COMO FUNCIONAM AS DOAÇÕES

Como as doações de córnea são possíveis somente após o óbito do doador, existem algumas especificações prévias. As doações de córnea só podem ser realizadas com a autorização da família e presença de outras duas testemunhas.

O doador pode ter tido morte por parada cardíaca ou morte encefálica e a retirada da córnea deve ser feita em um tempo igual ou inferior a 6 horas. A córnea é enviada ao Banco de Olhos e mantida em meio de preservação por 14 dias.

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CONTROLE DE SEGURANÇA

Todo controle da segurança, qualificação e avaliação do tecido doado é realizado e de responsabilidade do Banco de Olhos. Somente após aprovação, a córnea é disponibilizada à Central Estadual de Transplante, responsável pela distribuição da córnea. Todo o processo de doação é controlado pelo Ministério da Saúde através do Sistema Nacional de Transplante, que mantém um dos melhores e maiores sistemas de transplantes de órgãos, tecidos e células do mundo, no qual 95% dos transplantes são financiados pelo Sus.

FILA

Apesar do grande volume de cirurgias realizadas, a quantidade de pessoas em lista de espera para receber um órgão ainda é grande. A captação de globo ocular e córnea conseguidas pelo Banco de Olhos chegou a 307 em 2019. Devido à pandemia de coronavírus, a quantidade foi reduzida drasticamente e chegou a 76 em 2020. Em 2021, houve um bom aumento chegando a 72 até o mês de junho.

Atualmente, são mais de 800 pessoas que aguardam na fila do transplante de córnea no Paraná. “Em 2019, tivemos momentos de fila Zero, agora estamos retornando com as doações, mas ainda precisamos manter uma luta diária de conscientização da população sobre a doação”, afirma Oguido.

A marca de duas mil doações foi resultado de um trabalho de educação continuada, cursos, programas e campanhas e trabalho fundamental de todas as equipes envolvidas - OPO (Organização de procura de órgãos) e CIHDOTT (Comissões Intrahospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante).

Segundo a médica, o objetivo principal da unidade no momento é alcançar o marco de fila “Zero” e o próximo projeto da equipe é fornecer córneas preparadas para transplantes de células endoteliais, "uma técnica ainda recente no Brasil e nosso próximo projeto."

“Eu como médica transplantadora e responsável técnica do Banco de Olhos me sinto orgulhosa e privilegiada por fazer parte dessa conquista, pois corresponde a mudança na vida de tantas pessoas que puderam receber cada córnea doada. É um estímulo para continuarmos sempre e melhorando cada vez mais”, afirma Oguido. (Com informações do HU/UEL)

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