A ampliação da terceira dose da vacina contra Covid-19 na população acima de 18 anos, a partir de janeiro deste ano, foi um dos objetos de estudos da professora Mariana Urbano, do Departamento de Estatística, da UEL (Universidade Estadual de Londrina), em parceria com a secretaria municipal de Saúde, outros pesquisadores da UEL, UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e da Albert Einstein School of Medicine, dos Estados Unidos.

Imagem ilustrativa da imagem Ampliação da 3ª dose em Londrina reduziu ocupação de leitos em UTI
| Foto: Geraldo Bubniak - AEN

De acordo com a pesquisadora, essa ampliação reduziu comprovadamente a ocupação global de leitos em UTIs e enfermarias. “A média móvel mais elevada de casos ocorreu no mês de fevereiro deste ano: 1.079 casos. Porém, o pico de internações neste ano, em janeiro, foi com a ocupação de 26 leitos de UTI. No ano passado, a maior média móvel e também o pico de ocupação nas UTIs foram ambos em junho: 406 casos e uma média de 157 leitos ocupados”, explica. Ou seja, a média móvel mais do que dobrou, enquanto a ocupação de leitos caiu oito vezes.

Como era esperado pela comunidade médica e científica, a ampliação geral da vacinação reduz comprovadamente os níveis gerais de internações, complicações e mortes por Covid-19. Em junho de 2021, 50,59% da população alvo (maior de 18 anos) haviam sido imunizados com a primeira dose, enquanto somente 19,26% tinham tomado a segunda.

Em janeiro, com a necessidade do retorno das aulas na rede básica e a ampliação da vacinação para crianças maiores de 5 anos e a manutenção do ritmo vacinal, a cobertura da primeira dose ampliou-se para 83,47% da população, com a segunda dose aplicada em 79,35% da população alvo. “O aumento da cobertura também contribuiu para a redução geral dos índices de complicações e mortes”, avaliou a pesquisadora.

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MENOS MORTES

O estudo é pioneiro na área e mostra também a redução vertiginosa no número de mortes pela doença, com a entrada de mais faixas etárias na vacinação, apesar de a quantidade de casos ter aumentado de forma considerável. O artigo científico feito por Mariana e equipe saiu recentemente, em maio, no American Journal of Infection Control, e avaliou os dados referentes ao período de janeiro a outubro de 2021, quando a cobertura vacinal ainda não incluía a 3º dose para todos os adultos.

Os dados atestam que 75% das mortes por Covid-19 registradas em Londrina nos meses de janeiro a outubro de 2021 foram de pessoas não vacinadas: dos 1.687 óbitos provocados por Covid-19, 1.269 foram de indivíduos não vacinados. Os idosos não vacinados, um dos públicos mais vulneráveis à doença, morreram três vezes mais do que os imunizados.

Entre os não vacinados e menores de 60 anos, o número de mortes foi 83 vezes maior. O estudo também corrobora iniciativas globais que apontam que, a cada 10% de aumento de cobertura vacinal completa a toda a população, há uma redução de 7,6% nos índices de mortes pela doença. (Com Agência UEL)

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