No dia a dia da maternidade do HU-UEL (Hospital Universitário de Londrina), a equipe de Psicologia realiza um trabalho de escuta clínica. Uma das integrantes é a Ana Paula Marson, que vem ao longo da pandemia conversando com as pacientes com o objetivo de aliviar o sofrimento emocional.

Imagem ilustrativa da imagem Psicologia  realiza trabalho de escuta clínica em gestantes do HU
| Foto: iStock

“As gestantes atendidas no HU são de risco, com comorbidades como diabetes, pressão alta e agora somou a Covid, que assusta um pouco mais e causa um sofrimento muito grande. Elas estão vivenciando o medo, a ansiedade, o fato de não poder terminar a gestação em casa, de não poder fazer o chá de bebê e, principalmente, o afastamento das visitas. Hoje, elas se veem sozinhas nessa fase tão importante da vida”, conta.

Em relação à Covid, a psicóloga diz que situações como essa suspensão temporária da vacina Astrazeneca/Fiocruz provocam reações no psíquico dessas mulheres, potencializando o medo. “Algumas aceitam prontamente e outras têm que falar sobre as angústias e receios antes de tomar a vacina”, diz.

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'PENSO NA PROTEÇÃO DO MEU FILHO'

Tem sido assim com a Camila de Souza França, 31, de Sertanópolis (Região Metropolitana de Londrina). Internada desde o dia 5 de maio com 34 semanas de gestação, ela conta que a maior ansiedade tem sido na questão do distanciamento com a família, mas também revela o medo de estar cercada pelo vírus e não saber.

“Aqui entram muitas gestantes e se alguma for assintomática não dá para saber se ela está com o vírus ou não. Quando saiu a notícia de vacinar as grávidas contra Covid, eu fiquei com muito receio das possíveis reações, pensando mais no bebê. Agora, tenho conversado com a equipe no hospital e eles estão me ajudando com as dúvidas. Penso na proteção do meu filho e sei que é só com a vacina que vou garantir isso, mas confesso que estou bem medrosa ainda”, desabafa.

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