Se nas décadas passadas os clubes sociais movimentavam a cidade, nos últimos anos a festa foi perdendo importância. Atrações tão tímidas quanto o público afastaram a alegria anterior, realidade que os diretores estão tentando mudar. "Este ano estamos testando o mercado, percebemos que está retornando o Carnaval de rua e vamos abrir o baile na noite de sábado (2). Se funcionar, abriremos por dois dias no próximo ano", menciona Sérgio Bonocielli Junior, presidente do Londrina Country Club.

O presidente tem notado que o público busca pelas folias mais tradicionais, com brincadeiras, marchinhas e blocos. "Em São Paulo, no Rio de Janeiro e em outras capitais, a gente percebe que começa a voltar alguns bailes, nada como era antigamente, mas mais no sentido de brincar, se divertir, que talvez já seja o primeiro passo. Corre a lenda que o Country chegou a receber cinco mil pessoas em uma noite, mas Londrina perdeu praticamente todos os bailes", comenta.

Segundo Joelito de Souza Lopes, diretor social do Iate Clube de Londrina, a responsabilidade pelo enfraquecimento dessas festas é das próprias gestões. "O Carnaval de Londrina acabou, porque os clubes desistiram de fazer, ficou uma festa muito cara, as bandas são caras", lamenta.

Lopes recorda os tempos em que a cidade ostentava a grande adesão dos londrinenses. "Antes, o Canadá tinha cinco noites de baile, o Country, Grêmio, AABB e Iate tinham quatro, todas lotadas. Londrina teve um dos mais animados carnavais do Paraná até os anos 2000". Para tentar resgatar essa movimentação, o Iate também vai voltar com uma noite de baile. "Nós vamos ter serpentina, confete, vai tocar marchinhas, sambas, axé. Vamos medir a temperatura do público. A gente quer retomar o Carnaval de Londrina", conta.

Para a diretoria da Arel (Associação Recreativa Esportiva Londrinense), que não promovia bailes de Carnaval, há procura nos últimos anos por uma festa diferente. Por conta disso, o clube monta programação exclusiva. "A Arel não tinha Carnaval, o nosso grande evento era a Festa dos Chopps. Porém, mais recentemente, com a maioria dos clubes deixando o Carnaval, os sócios começaram a pedir, então montamos uma opção, que não é como um baile que vai a noite toda, mas agradou muita gente", afirma Carlos Boer, diretor do clube.

Essa busca por resgatar as tradições é uma tendência que o presidente do Londrina Country Club tem observado, considerando que em alguns anos a festa chegou a incluir rock e vários outros estilos musicais, acompanhando o interesse da época. Hoje, percebe que há busca pelo modelo antigo, em que as velhas marchinhas atraem a atenção até dos mais jovens, trazendo a nostalgia à tona. "A gente gostaria muito de voltar, eu tenho muita saudade daquele tempo, era um ambiente legal, de clube", recorda.

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