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Política 5m de leitura

Senadores do Paraná se posicionam contra escolha de Kássio Marques

Desembargador foi sabatinado e aprovado pelo Senado para o STF, mas bancada estadual é contrária a forma de indicação

ATUALIZAÇÃO
23 de outubro de 2020

Pedro Moraes - Grupo Folha
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A aprovação para o nome do agora ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Kássio Marques não contou com a concordância dos senadores do Paraná. Os três parlamentares do Podemos afirmam não ser favoráveis à forma com que os membros das cortes superiores são eleitos, a partir de indicações políticas. O mais "antigo" em mandato dos três, Alvaro Dias, adotou um posicionamento rígido sobre o tema. “A minha posição é de não participar dessas votações de indicações políticas para os tribunais superiores enquanto o Congresso não deliberar sobre os projetos que alteram os modelos de escolha. Só o Podemos apresentou três projetos”, afirmou, citando textos propostos por ele, José Reguffe (DF) e Lasier Martis (RS).

 

Na opinião de Dias, que tem sido um defensor ferrenho da Lava Jato e do discurso anticorrupção, um novo ministro das cortes deve apresentar critérios meramente profissionais para que possa ser escolhido para uma das cadeiras. “A ideia é que a política é substituída pela meritocracia e que seja feita a alteração do tempo dos mandatos dos ministros. Dessa forma, evitaremos a suspeição, isso porque todos os julgamentos geram a possibilidade da suspeição, já que a indicação é política”, apontou.

Flávio Arns afirmou sempre ter sido contrário à indicação pelo chefe do Executivo federal e alertou que novos juízes devem comungar da opinião da população. “O preenchimento de uma vaga no STF deveria ser por uma pessoa altamente sintonizada com os grandes anseios da sociedade brasileira como o fim do foro privilegiado, combate à corrupção, à violência e ao fim do foro privilegiado, por exemplo”, detalhou o parlamentar, que foi contrário à indicação de Marques. “A indicação do doutor Kássio Marques não preenche esses pré-requisitos e não nos dá segurança sobre os pontos de vista que são defendidos e compartilhados por eles. Isso sem falar das dúvidas sérias sobre a elaboração de seu currículo”, criticou Arns. Na sabatina, Marques teve um discurso considerado dúbio em relação ao apoio à Lava Jato.

Já Oriovisto Guimarães participou da sabatina da CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) de forma virtual e questionou o então candidato à vaga para o Supremo sobre como seu nome chegou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e se foi através do advogado Frederick Wassef, ligado à família. “Não fui até Brasília para uma votação que já estava definida. Não ir, em minha opinião, é o mesmo que votar não. Eles, os que queriam a eleição do indicado, Kássio Marques, precisam de 41 votos sim, eles tinham muito mais que isto. Meu voto 'não' ou minha ausência significariam a mesma coisa”, concluiu.

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