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TRIBUNA POLARIZADA 5m de leitura

Requião Filho pede isonomia em casos de agressões verbais na AL

Embate recente teve Renato Freitas (PT) contra Ademar Traiano (PSD); oposicionista vê falta de interesse da Casa em fiscalizar governo

ATUALIZAÇÃO
23 de outubro de 2023

Lucas Marcondes
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem Requião Filho pede isonomia em casos de agressões verbais na AL

Em visita à FOLHA na última sexta-feira (20), o líder da oposição ao governador Ratinho Junior (PSD) na Assembleia Legislativa do Paraná, Requião Filho (PT), comentou a escalada da agressividade em discursos na tribuna do parlamento. O mais recente episódio de uma trama que se desenrola já desde o início do ano envolveu Renato Freitas (PT) e o presidente da AL, Ademar Traiano (PSD). Em um bate-boca na última semana, o petista chamou de “corrupto” o chefe da Casa. O caso resultou em uma representação de Traiano que pede a cassação do mandato de Freitas.

Requião Filho, porém, quer tratamento isonômico na condução desse e de outros episódios de agressão verbal entre situação e oposição. “Se tem que fazer valer o Regimento [Interno da AL], ele vale para todos os deputados, não pode valer só para o Renato Freitas [...] Ele tem que ter o mesmo peso para os 54 deputados da Casa”

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“NÃO VEJO INTERESSE EM FISCALIZAR”

Contudo, na ótica do oposicionista, os problemas do plenário não se restringem a essa troca de acusações. “Quando eles dizem: ‘Vamos aumentar o nível’, eu falo: ‘Ótimo, vamos discutir o Paraná’ – mas não é o que eles querem. A Assembleia quer só que pare com as agressões e os xingamentos. Eu não vejo um real interesse do governo em deixar que a Assembleia faça o seu trabalho de debater e fiscalizar [...] Se isso acontecer, a maioria dos projetos do governo volta, porque são mal-escritos e pensados a curto prazo.”

Ainda assim, o parlamentar defendeu que atuação da oposição tem sido feita “com muito esmero”. “A gente busca trazer os problemas, o que não concordamos e qual é a solução.” Em nível nacional, todavia, o herdeiro político do ex-governador Roberto Requião (PT) reforçou suas críticas à condução de temas principalmente da área econômica por parte dos correligionários do governo Lula (PT) – além de disparar contra o espaço dado a questões de costume na agenda política.

“A gente não está discutindo economia, a gente está discutindo banheiro unissex. A gente não está discutindo geração de emprego, a gente está discutindo ‘todes’ e todos. A gente cai em uma pauta muito pequena que desvia o foco”, disparou Requião Filho.

PAUTAS-BOMBA À VISTA?

Em termos de votação de projetos, ele classificou de “morna” a pauta da AL ao longo de 2023. Esse cenário, contudo, pode mudar com a chegada do fim do ano. “Tenho certeza que vêm aqueles pacotes de maldade em regime de urgência para serem votados em uma semana, com a Assembleia fazendo quatro, cinco, seis [sessões] extraordinárias por semana para que tudo seja votado de maneira atropelada e não dê tempo da sociedade civil e da imprensa debater qualquer desses assuntos.”

O deputado estadual disse não acreditar que o dinheiro resultante da venda da Companhia Paranaense de Energia (Copel) será de fato aplicado em obras estruturantes, como tem sido sinalizado pelo Palácio Iguaçu e reivindicado pela base de Ratinho Junior. Segundo o petista, corre-se o risco de o recurso de mais de R$ 3 bilhões ser direcionado para atender demandas pontuais de aliados do governo. “O dinheiro pulverizou, virou nada”, criticou.

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