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Política 5m de leitura

Prefeito de Cambé vê crescimento econômico como desafio de governo

Conrado Scheller aposta em estrutura criada no mandato anterior, mas vê necessidade de apoio estadual para combater a pandemia

ATUALIZAÇÃO
13 de janeiro de 2021

Pedro Moraes - Grupo Folha
AUTOR

Dar à administração municipal a sua marca. Este é o primeiro desafio do novo prefeito de Cambé (Região Metropolitana de Londrina), Conrado Scheller (DEM). Alçado pelas eleições ao posto máximo do Executivo da cidade, ele já conhecia bem a máquina púbica: exercia o cargo de vice-prefeito ao lado do ex-prefeito José do Carmo Garcia (PTB). “Estou passando por um momento híbrido. Não venho num discurso de oposição, por isso a administração não muda 100% imediatamente. Percebi que era importante manter algum corpo técnico, como o da Saúde, neste momento. Fiz trocas na Educação e na Assistência Social. Vejo que não adianta meter o pé na porta porque a engrenagem é gigantesca e precisa funcionar”, avaliou, em entrevista para a FOLHA. Ele manteve quatro secretários da gestão de José do Carmo.

 

A principal preocupação de Scheller é manter Cambé no caminho da recuperação econômica, um trajeto que o município já vinha perseguindo mesmo antes da crise provocada pela pandemia da Covid-19. Com Plano Diretor aprovado, a meta é crescer. O prefeito considera que a gestão anterior não fez marcos que chamassem a atenção da população, como a construção de hospitais, mas garantiu uma boa gestão administrativa. “Preparamos Cambé para o crescimento, com segurança jurídica, e hoje não devemos nada a ninguém. Pagamos em dia todos os nossos fornecedores e servidores – inclusive, demos atualização nos salários -, continuamos com os serviços prestados. Mesmo assim, não podemos fazer concurso público e nossos equipamentos estão trabalhando a partir dos recursos do Fundo dos municípios. Não tem sobra”, alertou.

AUXÍLIO

O atual momento socioeconômico vivido pelo País impacta definitivamente a administração das cidades. O novo mandatário de Cambé segue com essa preocupação, independentemente das questões que precisará enfrentar localmente, como a licitação das linhas de ônibus e do serviço de saneamento básico. “O momento é de adversidade, não estamos num estado normal. A prefeitura precisa tomar medidas de retomada do crescimento para mantermos os serviços básicos. Já tive conversa com presidente da Acic (Associação Comercial e Empresarial de Cambé) para buscar ferramentas de trabalho. Com o fim do auxílio emergencial, precisamos estar prontos para atender necessidades primárias, como suprir a alimentação”, disse.

Para que decisões tomar diante das necessidades provocadas pela pandemia, Scheller prefere defender a prudência, assim como se apoia em medidas do governo estadual para agir. Este é o caso da definição da volta às aulas. “Tenho que ter um posicionamento muito responsável, ouvir os especialistas. Como gestor, preciso ter a segurança de que não posso tomar uma decisão que possa provocar uma explosão de pessoas internadas”, explicou, ao detalhar a necessidade de apoio técnico de outros entes. “As cidades precisam ter um parâmetro nacional, dos órgãos que têm um corpo técnico robusto e autonomia para decidir. Não pode o primo pobre, nós, o município, sair para comprar vacina. Nossa secretaria de educação está ouvindo todo mundo para, aí sim, tomar uma decisão”, afirmou.

ENGRENAGEM

Em meio ao período tão conturbado, o prefeito de Cambé adiantou que não tem trabalhado com metas temporais e sua principal preocupação não é com o que será entregue nos 100 primeiros dias de governo. “Trabalho com conceitos. A meta que estabeleci é que todas as áreas tenham capacidade de integração com as demais. Não quero que nenhuma pasta seja uma ilha porque este governo é único. Por exemplo, a Educação pode desenvolver um processo e não precisar terceirizar, a partir de conversa com a Cultura. Quero buscar uma engrenagem que funcione perfeitamente”, garantiu.

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