Câmara quer saber onde está dinheiro que deveria ter ido para Marco Zero
Comissão especial apura a destinação dos R$ 250 mil para melhorias na mata que deu origem a Londrina
PUBLICAÇÃO
quarta-feira, 15 de maio de 2024
Comissão especial apura a destinação dos R$ 250 mil para melhorias na mata que deu origem a Londrina
Reportagem local

A Comissão Especial do Marco Zero, criada em agosto de 2023 pela CML (Câmara Municipal de Londrina), reuniu-se nesta quarta-feira (15) com a Procuradoria, Controladoria e servidores da Câmara para examinar uma série de documentos referentes à área de mata nativa localizada naquele que é considerado o ponto onde o município nasceu, na zona leste da cidade.
Os documentos foram fornecidos pela Prefeitura e pelo MPPR (Ministério Público do Paraná) em resposta aos pedidos feitos pela comissão nos últimos meses. Entre outras informações importantes, a documentação mostra que, em janeiro deste ano, o MPPR abriu Inquérito Civil Público para investigar possível desvio de finalidade na utilização de valores destinados à revitalização da Mata do Marco Zero, localizada em frente ao Boulevard Londrina Shopping.
Os vereadores também tiveram acesso a um Termo de Compromisso assinado em 2014, envolvendo a Pátio Londrina Empreendimentos e Participações Ltda. (gestora do Boulevard Londrina Shopping), o Ippul (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina), a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina) e secretarias municipais.
O termo foi elaborado para minimizar os impactos ambientais e sociais que seriam causados pela construção do Boulevard Shopping. Já o Inquérito Civil Público visa apurar o destino de recursos que, conforme o Termo de Compromisso, deveriam ter sido destinados a melhorias no Marco Zero.
O inquérito foi instaurado em 22 de janeiro deste ano pela 4ª Promotoria de Justiça de Proteção ao Patrimônio Público. “O que nos deixou bastante preocupados, e é algo em que nós teremos de nos aprofundar, é que neste ano foi aberto pela 4ª Promotoria da Comarca de Londrina um inquérito para investigar a destinação de R$ 250 mil para que fossem feitas algumas benfeitorias no Marco Zero. Não foi feito nada e nós queremos saber onde estão esses R$ 250 mil”, afirmou o vereador Roberto Fú (PL), presidente da comissão especial, composta também pelos vereadores Beto Cambará (PRD) e Fernando Madureira (PP).
Conforme o Termo de Compromisso firmado em 2014, a Pátio Londrina repassaria um total de R$ 3,5 milhões (em valores da época) aos cofres públicos para garantir a execução de diversas medidas compensatórias. À Prefeitura, caberia a aplicação dos recursos.
Com relação ao Marco Zero, a Prefeitura deveria ter executado ou contratado a execução de um Plano de Manejo Ambiental da Mata, assim como a instalação de lixeiras no local e um projeto de educação ambiental com idealização de trilhas ecológicas, áreas de descanso e placas de sinalização das espécies arbóreas junto às trilhas. Dos R$ 3,5 milhões, R$ 250 mil iriam para o Marco Zero. Conforme a Controladoria da CML, em valores atualizados esses repasses seriam de pouco mais de R$ 430 mil, levando em consideração a inflação medida pelo IPCA no período.
Após análise das documentações, novos Pedidos de Informação serão feitos pela comissão especial. Os vereadores querem saber se a área do Marco Zero foi municipalizada ou se há processo de municipalização e por que não foram feitas as melhorias previstas na área, de importância histórica, cultural e ambiental.
O prazo para realização dos trabalhos da comissão estadual foi prorrogado para 27 de agosto de 2024. (Com assessoria da CML)


Thiago Nassif
Gente
Leia Gente por Thiago Nassif no Jornal Folha de Londrina que desde 1948 informa com ética, qualidade e independência editorial.

