Pastor do Mercado tem mandato cassado pela Câmara de Arapongas

Depois de aproximadamente dez horas de sessão, a Câmara de Arapongas (Região Metropolitana de Londrina) cassou o mandato do vereador Paulo César de Araújo (União Brasil), o Pastor do Mercado, na madrugada desta terça-feira (3). Foram 13 votos favoráveis e uma abstenção. Eram necessários dez votos para a perda do mandato.

Araújo foi alvo de CP (Comissão Processante) após denúncias de que teria agredido três mulheres, inclusive, uma idosa de 62 anos, durante uma festa em julho do ano passado. O vereador está preso desde o final de janeiro na unidade um da PEL (Penitenciária Estadual de Londrina). Os parlamentares entenderam que ele faltou com o decoro.

O pedido pela CP no legislativo foi feito pelo presidente da Casa, Rubens Franzin Manoel (União Brasil), que foi substituído na sessão de segunda-feira (2) pelo suplente Santos Alves (União Brasil). Outro suplente, Aparecido de Sales (União Brasil), foi empossado na vaga de Valdecir Pardini (União Brasil), que também estava impedido de votar por ocupar o lugar de Araújo.

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As galerias da Câmara ficaram lotadas e houve confusão. Durante a leitura do relatório, uma mulher que se apresentou como vítima do vereador – mas que tirou a denúncia posteriormente – quis falar, no entanto, foi impedida. Os parlamentares alegaram que ela havia sido convocada para ser ouvida na comissão, porém, não compareceu. A situação gerou bate-boca e a mulher foi retirada da Casa algemada pela GM (Guarda Municipal).

O relatório da Comissão Processante foi lido durante cerca de três horas pelo primeiro-secretário da Câmara e relator da CP, Márcio Nickenig (PSD). Houve em seguida um recesso de 15 minutos. Na retomada dos trabalhos, foram apresentados vídeos em que vítimas, testemunhas e o acusado puderam dar suas versões dos fatos. Foram mais três horas e meia. Na sequência, o advogado Sérgio Luis Barroso fez a defesa oral do acusado. A sessão com a decisão pela cassação terminou por volta das 5 horas da manhã desta terça.

Pastor do Mercado estava no segundo mandato. Na última eleição foi o quinto mais votado na cidade, com 978 votos. O advogado do vereador afirmou que tentará a anulação da cassação na Justiça. Na avaliação dele, o processo "não obedeceu a legislação em vigor e não respeitou os princípios do contraditório e da ampla defesa". "Paulo César de Araújo foi cassado apenas com as declarações prestadas na Delegacia de Polícia, as quais não foram ratificadas no processo. Além disso, houve cerceamento de defesa durante o processo, dentre outras razões, pelas quais vamos demonstrar que a cassação foi uma decisão política que não respeitou os princípios jurídicos", destacou Sergio Luiz Barroso, que já atuou como delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial de Londrina. (Colaborou assessoria da Câmara de Arapongas)

Atualizada às 12h59

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