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PRAZO VENCE QUINTA-FEIRA 5m de leitura

MP pede suspensão de teste seletivo da Cohab em Londrina

Promotoria de defesa do patrimônio público argumenta que órgão municipal deveria ter feito concurso para contratar 13 profissionais

ATUALIZAÇÃO
24 de abril de 2023

Lucas Marcondes
AUTOR

Imagem ilustrativa da imagem MP pede suspensão de teste seletivo da Cohab em Londrina

Em recomendação administrativa remetida na última semana ao prefeito Marcelo Belinati (PP) e ao presidente da Companhia de Habitação de Londrina, Bruno Ubiratan, o promotor Ricardo Benvenhu, do Ministério Público do Paraná (MP-PR), solicita que seja suspenso o teste seletivo aberto pela Cohab em fevereiro de 2023 para contratar dois engenheiros civis, um sociólogo, três assistentes técnicos e sete auxiliares administrativos. 

O membro da 26ª Promotoria de Justiça, setor do MP em Londrina responsável pela proteção do patrimônio público, argumenta no documento que o Executivo deveria ter realizado concurso público em vez dessa modalidade de certame — que, conforme o órgão de fiscalização, terá um impacto anual de R$ 1,2 milhão para os cofres públicos municipais.

Benvenhu sustenta que há “impossibilidade da utilização da contratação temporária para substituir o concurso público, apenas por conveniências políticas e em substituição de atividades permanentes.” De acordo com ele, o “Supremo Tribunal Federal [STF] possui entendimento pacificado no sentido de não permitir contratação temporária de servidores para execução de serviços meramente burocráticos.”

O órgão de habitação tem até esta quinta-feira (27) para dar retorno ao representante do MP, que conduz o caso por meio de um inquérito civil. Se o processo de seleção acabar seguindo regularmente e as respostas não forem enviadas, o promotor informou à FOLHA que cogita acionar o município na Justiça.

Solução tem menor custo, alega Cohab

Em nota enviada por sua assessoria de imprensa, a Cohab afirma que tem preparado “esclarecimentos detalhados” para o Ministério Público, além de defender que a contratação dos 13 profissionais está sendo feita para atender ao volume de trabalho relativo a ações de regularização fundiária. O resultado do certame seria divulgado nesta sexta-feira (28), mas, com a demanda do MP, a data está indefinida.

Segundo a companhia, existem R$ 20 milhões em caixa para “obras de infraestrutura de 13 núcleos urbanos informais” de Londrina — entre eles, o Jardim Nova Esperança, fundos do Vivi Xavier e Vila Marízia II. “A Cohab coordena vários outros programas já em desenvolvimento, com uma equipe pequena de servidores em carga total de atividades”, segue a nota.

O órgão ainda alega que “a contratação por tempo determinado, em comparação com a contratação definitiva, é a solução com menor custo para o erário público e respeito total à transparência. A lei municipal 12.919/2019, que regulamenta o artigo 37, [inciso] IX da Constituição, prevê a contratação por tempo determinado em regime especial para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público da administração direta e indireta do município”.

Último concurso em 2012

A recomendação administrativa da 26ª Promotoria de Justiça, no entanto, aponta que “o programa de regularização fundiária é atividade usualmente exercida pela Cohab”. Além disso, conforme o MP, “a companhia não demonstrou buscar o provimento efetivo das vagas existentes de forma a promover a celeridade do programa de regularização fundiária ao longo dos anos, haja vista que os últimos concursos públicos realizados pela Cohab ocorreram em 2009 e 2012, ou seja, há mais de dez anos.”

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