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Política 5m de leitura

Lula confirma indicação ao STF de seu advogado Cristiano Zanin

Ele terá que ser aprovado pelo plenário do Senado para tomar posse, mas antes será sabatinado pela CCJ da Casa

ATUALIZAÇÃO
01 de junho de 2023

Matheus Teixeira/Folhapress
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Brasília - O presidente Lula (PT) confirmou nesta quinta-feira (1º) a indicação de seu advogado e amigo pessoal Cristiano Zanin para o STF (Supremo Tribunal Federal). "Eu acho que todo mundo esperava que eu fosse indicar o Zanin não só pelo papel que teve na minha defesa, mas simplesmente porque eu acho que Zanin se transformará num grande ministro da Suprema Corte desse país", disse.

E prosseguiu: "Conheço as qualidades como advogado, conheço as qualidades dele como chefe de família e conheço a formação dele. Ele será um excepcional ministro do STF se aprovado pelo Senado e acredito que será e acho que o Brasil vai se orgulhar de ter o Zanin como ministro da Suprema Corte."

Lula havia se encontrado com o advogado na noite desta quarta-feira (31), no Palácio do Planalto, e avisou autoridades, como o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que anunciaria a escolha para a vaga.

Paulista de 47 anos, Zanin tornou-se advogado de Lula em 2013 e ficou conhecido por defender o petista nos processos da Lava Jato. Zanin assumirá a cadeira deixada por Ricardo Lewandowski, que completou a idade limite para atuar na corte em 11 de maio, mas antecipou a aposentadoria para abril.

Agora, o advogado terá que ser aprovado pelo plenário do Senado Federal para tomar posse no tribunal. Antes, será sabatinado pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa.

Zanin era apontado como o favorito para ser indicado à corte desde que Lula venceu as eleições em 2022. Em março deste ano, o presidente, em mais um indício de que pretendia indicar seu advogado, afirmou em entrevista que "todo mundo compreenderia" caso ele o escolhesse.

O advogado se aproximou de Lula pelo fato de ser casado com Valeska Martins, filha de Roberto Teixeira, amigo e ex-advogado do petista.

O perfil combativo de Zanin em relação à Lava Jato sempre agradou ao atual presidente. O advogado protagonizou embates com o ex-juiz Sergio Moro, que era responsável pela Lava Jato e condenou Lula; e também com integrantes do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que analisou decisões de primeira instância contra Lula.

Ele sempre insistiu na tese de que Lula era inocente e que deveria brigar até o fim para arquivar todos os processos. Às vésperas da prisão do petista, em 2018, parte dos aliados do presidente defendia a tese de que ele deveria aceitar ir para prisão domiciliar como forma de evitar o regime fechado. 

A ideia surgiu pouco antes do julgamento do STF que apreciou o habeas corpus apresentado por Lula que poderia evitar que ele fosse preso devido à condenação pelo TRF-4 -à época, a jurisprudência determinava que as penas deveriam ser executadas após decisão de segunda instância.

O petista chegou a contratar o ex-ministro do Supremo Sepúlveda Pertence para o defender sob o argumento, nos bastidores, de que ele tinha mais peso que Zanin para atuar perante a cúpula do Judiciário no Brasil.

Zanin sempre refutou a ideia de aceitar um meio-termo que deixasse o petista preso em casa. Lula seguiu seu advogado e, após ficar 580 dias na prisão, foi solto. Posteriormente, teve suas condenações anuladas e retomou sua elegibilidade, o que permitiu sua eleição para presidente em 2022.

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