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Política 5m de leitura

FHC critica tentativa de Lula de influenciar ministro do STF

ATUALIZAÇÃO
31 de maio de 2012

Fabiano Maisonnave <br> Folhapress
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Pequim (China) - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que, se o também ex-presidente Lula de fato tentou influenciar no julgamento do mensalão, ele ''está insistindo em tapar o sol com a peneira''. O tucano disse ainda acreditar que a controvérsia não atrapalhará o julgamento do caso. ''O Lula não é mais presidente. Ele tem a tese de que o mensalão é uma farsa. Ele fez aquela declaração em Paris (em julho de 2005) em que tenta minimizar o mensalão. Se ele fez isso - eu não posso afirmar porque não tenho dados -, ele está insistindo na mesma tese, em tapar o sol com a peneira'', disse FHC a jornalistas brasileiros, em Pequim, onde participa de um seminário de investimentos do banco Itaú.
No fim de semana, a revista ''Veja'' revelou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e Lula se reuniram em abril no escritório do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim. Na versão de Mendes, o petista disse que o julgamento do mensalão deveria ser feito após as eleições municipais deste ano. Lula e Jobim negam esse relato.
''Se (Lula) fez, não devia fazer. Se fez, o ministro tem a obrigação de atuar independentemente de ter sido pressionado, se é que foi'', disse o tucano. ''Como presidente, você não pode pressionar o tribunal. É até mais ilegítimo como presidente. Como cidadão, tem até mais liberdade. Ainda assim, acho que a gente deva guardar a distância necessária para que as instituições tenham a sua respeitabilidade. Mas eu não quero entrar (na discussão).''
O ex-presidente ressaltou que é preciso ''ter calma, deixar que os acontecimentos tomem a sua dimensão verdadeira'' e que está confiante num julgamento correto pelo STF. ''Eu acho que o Brasil amadureceu'', afirmou FHC. ''Esse episódio não vai contaminar as decisões (do STF).''
''O Brasil avançou muito e chegou o momento em que essas coisas têm de ser encaradas com naturalidade, com normalidade. Tentativas de tumultuar uma decisão dessa, de qualquer dos lados, não ajuda.''

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