O juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Londrina, Emil Tomás Gonçalves, aceitou parcialmente a ação do Ministério Público e determinou o bloqueio de bens em R$ 81.701,73 do deputado estadual Boca Aberta Jr. (PROS), do deputado federal Boca Aberta (PROS) e da vereadora Mara Boca Aberta (PROS) por possível rachadinha com os assessores do parlamentar da Assembleia Legislativa. O valor que agora fica indisponível deve ser aplicado individualmente.

Imagem ilustrativa da imagem Família Boca Aberta tem bens bloqueados pela Justiça por suposta rachadinha
| Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados

A decisão, tomada em caráter liminar, saiu na tarde da última quinta-feira (27). Segundo o MP, os três acusados passaram a exigir, a partir de junho de 2019, que os funcionários comissionados do gabinete de Boca Aberta Jr. retirassem parte de seus salários para pagar contas pessoais da família, como IPTU, luz, telefone e internet, além de outras despesas.

De acordo com as investigações, os políticos obrigavam os assessores a quitar os impostos por meio de ameaças. Os trabalhadores confirmaram as denúncias durante depoimentos no Ministério Público. Além das declarações, os promotores Renato de Lima Castro e Ricardo Benvenhu reuniram vários documentos para embasar a ação por improbidade administrativa.

Ao analisar a solicitação de bloquear os bens da família Boca Aberta, o juiz considerou a documentação juntada, como saques bancários de um assessor para comprar camisetas, o contrato de locação de um imóvel onde funcionava o "Gabinete da Zona Leste", na Avenida Santa Mônica, e uma lista com nomes e valores para suposta aquisição de leite, fraldas e cestas básicas. "Há respaldo nos documentos que instruem a petição inicial", escreveu o magistrado.

Rebatendo as acusações

Logo no início da sessão da última quarta na Assembleia, Boca Aberta Jr., que já teve os bens bloqueados por possível desvio de kits esportivos da Paraná Esporte, disse que a denúncia tem motivação política. "Queria que mostrassem uma prova que eu e minha família fizemos isso (rachadinha). Essas pessoas que denunciaram e trabalharam comigo estão me acusando porque apoiaram outro candidato", salientou.

Os deputados Soldado Fruet (PROS), Galo (Podemos) e Mabel Canto (PSC) saíram em defesa do colega, sem, no entanto, citarem no discurso se leram a ação do MP. "Estamos sendo perseguidos. São denúncias infundadas. Somos honestos e corretos. Eu 'racho' com o povo só. Quais bens eu tenho em R$ 81 mil? Quero que o Ministério Público apresente provas do que estamos sendo acusados", informou Boca Aberta.